quarta-feira, 5 de maio de 2010

O GRITO DO IPIRANGA




...Na universidade de Coimbra foi uma imensa alegria quando se soube que, nesse ano de 1820, o general Beresford, ao regressar do Brasil, fora impedido de desembarcar por militares revoltosos, que oriundos do Porto, marcharam sobre Lisboa, desafiando assim o regime absoluto inglês. O general Beresford não voltou a pisar solo português. O liberalismo ganhava consistência, até porque já tinha ganhado um mártir. Três anos antes, em 1817, fora descoberta uma conspiração, que pretendia o afastamento dos ingleses do controle militar do nosso exército. O cabecilha dessa conspiração, o general Gomes Freire de Andrade, foi executado nesse mesmo ano por enforcamento. Era imperioso que a coroa regressasse a Portugal, pois o reino queria andar para a frente, na senda de maior justiça social, o que se tornava difícil com o rei ausente. Assim, sob pressão do governo metropolitano de Lisboa, D. João VI, que abalara príncipe e regressava rei, retornou a Portugal em 1821, onde jurou as bases da Constituição, iniciando-se de imediato o exercício da monarquia constitucional.
O rei regressara a Portugal, trazendo consigo o seu filho mais novo, o infante D. Miguel, enquanto o filho mais velho, o príncipe D. Pedro, ficou no governo da colónia brasileira.
A política é também feita de oportunidades, e não se digna a respeitar os mais elementares preceitos de fidelidade que os filhos deverão ter para com os pais; e D. João VI foi um pai e um marido completamente desrespeitado pelos seus filhos e pela sua esposa, a rainha D. Carlota Joaquina. E tudo isso apenas em nome da política! D. Pedro, havia o seu pai abandonado o Brasil há dois meses, tornou aquela colónia país independente, no que ficou célebre « O Grito do Ipiranga», tornando-se ele próprio o seu primeiro imperador, com o título de D. Pedro I do Brasil. Aguardar-se-ia outra coisa? Fazia sentido que um país tão frágil economicamente, como o era Portugal, tivesse poder para dominar um Brasil, que em território era imensamente maior?
Nas primeiras duas décadas do século XIX Portugal perdera a cidade de Olivença para os espanhóis, sofrera três humilhantes e devastadoras invasões por parte da França, defendera-se delas com valentia e orgulho nacional, mas empobrecera ainda mais. Comprometera-se com os ingleses, que após o auxílio prestado, exigiam agora contrapartidas, e desgraçadamente acabava de perder a colónia do Brasil, com que contava para combater a paupérrima economia...(em continuação, pág. 11- ex. IV)

in ALMA DE LIBERAL

Junho/2009

17 comentários:

Sândrio cândido. disse...

enquanto nos brasileiros muito agradecemos a este dia e a este grito, talvez um pouco de Portugal ainda esteja por aqui e isto faz do meu pais um lugar maravilhoso posto que eu não escondo a minha paixão por Portugal.

Mari Amorim disse...

e bem que há controvérsias quanto a este famoso grito de D.PedroI,mas fico muito feliz em conhecer um pouco mais da história que interligam esses dois países e que graças a Deus,somos povos livres e nos queremos bem,tenho muito carinho pelo povo de Portugal.
Obrigada pelo carinho e Camõe é um gênio,gosto muito de sua literátura.
Boas energias,
Mari

Gibson Azevedo disse...

Poeta do Penedo, a figura de D. Pedro I no Brasil e D. Pedro V (salvo engano) em portugal, foi, por demais, importante para a reoganização política e gestora destes dois países. Nós o enaltecemos, naturalmente, sempre que nos referimos ao seu vulto. É parte indelével da nossa história, desde o primeiro dia do nosso debut, como nação livre. Agora!..., é bom frisarmos, que a independência do Brasil se faria com brevidade, pois que essa idéia estava mais do que madura. Principalmente, se levarmos em consideração que a marçanaria tecia na surdina este acontecimento, que D.Pedro, sem que percebesse, tomou parte como se estivesse sendo arrastado por uma forte correnteza. Não havia como negar-se a participar, como viajante, do trem da história. D.Pedro embarcou, como sabemos, naquele comboio.
Meus abraços de respeito, caro Lusitano

Teresa Fidalgo disse...

Poeta do Penedo,

Pois bem, eu nunca tinha pensado neste acontecimento sob a perspectiva familiar. Vistas as coisas dessa maneira poderemos dizer, sim, que foram postos em causa valores familiares importantes.
Eu sempre enalteci este dia, como se fosse brasileira, (que não sou, como sabe), até porque me faz impressão o domínio forçado de um povo. Aliás, incomoda-me o domínio por si só, ainda que individual, e como tal não poderia deixar de perceber a atitude de um povo que já se sentia maduro para voar sozinho…

Saudações

Teresa Fidalgo disse...

Poeta do Penedo,

Passei para ver como estavam as coisas e dizer que... tenho sentido a falta da sua escrita.

Sempre [sempre] saudações!

Gibson Azevedo disse...

Voltando ene vezes ao seu blog, caro Poeta do Penedo, só encontro as caras fechadas de um D. Pedro I e de mais alguns nobres companheiros, imaginados pelo grande pintor brasileiro Pedro Américo, retratando ao grito do Ipiranga, por ocasião da seperação da nossa Nação do Reino de Portugal. Dá-me desgosto, entretanto, não mais ter recebido notícias suas. Que houve velho Escriba? Cansaste da faina literária? Duvido muito!
Ficarei no aguardo de alguma notícia... Se alguém puder me dar alguma informação sobre o paradeiro do amigo Fareleira Gomes, ficarei por demais agradecido.
Com respeito, Gibson Azevedo.

Paula disse...

Olá Poeta :)
Gostaria que visitasse o blogue http://destante.blogspot.com no qual sou uma das contribuidoras. Tem uns "posts" que acho vai gostar :)
Um abraço
(desculpe o off topic :P)

Mari Amorim disse...

Amigo poeta,
saudades,espero que estejas bem.
Excelente final de semana,
Boas energias,
Mari

Teresa Fidalgo disse...

Poeta do Penedo,

Gostava de saber notícias suas... o porquê de ter deixado tão repentinamente o blogue...

Espero que esteja tudo bem...

Saudações

Mari Amorim disse...

Amigo,
Não desisto,espero que estejas bem,
me envie um e-mail,ou mande um sinal de fumaça,ficarei alegre e tranquila
É sempre bom vir aqui.Mesmo estando ausente.
Grande abraço,boas energias,
Mari

Mari Amorim disse...

Poeta
Excelente final de semana,
boas energias sempre!
Bjs,
Mari

Mari Amorim disse...

Poeta,
Excelente final de semana pra voce,
Boas energias,
Mari

Paula disse...

Então poeta? Uma pausa na escrita?
Estamos a sentir falta dos seus textos.
Um abraço e que esteja tudo be.

Gibson Azevedo disse...

Saudade de um Frutica


Por que te escondes, oh poeta!...
Neste mutismo intrigante, indiferente...
Diz umas coisinhas pra gente,
Carentes que estamos de ti
Bem-te-vi errante de mil paragens,
Manda-nos as tuas mensagens,
Tatuagens indeléveis da tua alma,
Perdoa-nos se existem mágoas
E comungue novamente conosco
As suas emoções!...

Natal-RN-Brasil, 14/Julho/2010.
Gibson Azevedo - poeta

Mari Amorim disse...

Querido amigo,
entendi,obrigada,minha amizade estará a sua disposição sempre.
Boas energias,sempre!
Beijos pra você
Mari

Poeta do Penedo disse...

Meus caríssimos amigos poeta do inverno, Mari Amorim e Gibson Azevedo: ao publicar este trecho de Alma de Liberal, lembrei-me imediatamente de vós, pois que ele vos diz muito. Já tivemos a mesma bandeira, mas com bandeiras diferentes no presente, ficou uma enorme comunhão de sentimentos e genes, que inevitavelmente nos aproximam.
Com muita amizade.

Poeta do Penedo disse...

Cara Teresa Fidalgo
Pois há na vida coisa mais bonita do que a liberdade? Independência?
Porquê o provérbio «de Espanha, nem bom vento nem bom casamento».
Mas, eu, tenho orgulho em o nosso país ter deixado testemunhos em todos os recantos do mundo. Eu sei que é uma incongruência...mas sou português!

Briosas saudações.