Presentemente faço algo que nunca tinha feito antes: leio um livro depois de ter visto o filme baseado nesse livro. Condiciona-me, pois retira-me a faculdade de eu criar as minhas próprias imagens, sob a orientação do autor. Leio, e na minha mente surgem as imagens respectivas àquela passagem, existentes no filme; as personagens não têm o rosto que o meu imaginário lhes poderia dar, mas antes o rosto que surge na película. Em contrapartida, a obra ganha consistência, pois embora o filme seja soberbo, o livro ainda o é mais. Refiro-me à obra «O Senhor dos Anéis», e estou a ler- A Irmandade do Anel.
Já li, provavelmente, algumas centenas de livros e nunca me surgiu este título. Desconhecia-o por completo, até surgir o filme.
Mas o que na verdade pretendo realçar não é a obra em si, que nada tenho para acrescentar, mas reflectir um pouco sobre o autor, e no tempo em que a trilogia foi escrita.
John Ronald Reuel Tolkien iniciou a elaboração esta obra quando tinha 44 anos de idade. O mundo estava então no ano de 1936 e preparava-se para assistir ao mais mortal conflito armado, que o mundo jamais viu- a II Guerra Mundial. Portanto, e tendo em conta o que o autor escreveu como introdução ao livro, eu estou a ler, neste momento, palavras que foram escritas por volta de 1937/1938, dado ter terminado A Irmandade do Anel em 1939. As Duas Torres e O Regresso do Rei foram escritos no período compreendido entre 1939 e 1946, no decurso de todo o conflito. Isto é extraordinário. Como foi possível que um homem, vivendo num país bombardeado, tenha tido a alucinante capacidade para se desprender da terrível realidade, e criar uma obra fabulosa, tanto de estilo como de imaginação.
Falecido em 1973, Tolkien não teve a alegria de ver a sua obra na tela, dominando por algum tempo todas as salas de cinema do mundo. Impressionou-me saber que O Senhor dos Anéis, com cerca de 70 anos de existência, foi contemporâneo e rivalizou com Harry Potter, acabadinho de chegar ao mundo.
Se Tolkien criou o Frodo e o Gandalf numa fase conturbada do mundo, e logicamente, da sua própria vida, também J.K. Rowling, sua compatriota, concebeu Harry Potter, quando em Portugal iniciava um processo de divórcio, o que leva a supor que as dificuldades da vida aguçam o talento.
Tolkien, um homem maduro, professor de inglês arcaico na Universidade de Oxford, que viveu duas guerras mundiais, foi iluminado por uma inspiração que não está acessível a todos os talentosos: a de imaginar a imaginação.
Tolkien é o exemplo perfeito de como pode ser belo não deixarmos apagar-se a criança que existe em cada um de nós.
Já li, provavelmente, algumas centenas de livros e nunca me surgiu este título. Desconhecia-o por completo, até surgir o filme.
Mas o que na verdade pretendo realçar não é a obra em si, que nada tenho para acrescentar, mas reflectir um pouco sobre o autor, e no tempo em que a trilogia foi escrita.
John Ronald Reuel Tolkien iniciou a elaboração esta obra quando tinha 44 anos de idade. O mundo estava então no ano de 1936 e preparava-se para assistir ao mais mortal conflito armado, que o mundo jamais viu- a II Guerra Mundial. Portanto, e tendo em conta o que o autor escreveu como introdução ao livro, eu estou a ler, neste momento, palavras que foram escritas por volta de 1937/1938, dado ter terminado A Irmandade do Anel em 1939. As Duas Torres e O Regresso do Rei foram escritos no período compreendido entre 1939 e 1946, no decurso de todo o conflito. Isto é extraordinário. Como foi possível que um homem, vivendo num país bombardeado, tenha tido a alucinante capacidade para se desprender da terrível realidade, e criar uma obra fabulosa, tanto de estilo como de imaginação.
Falecido em 1973, Tolkien não teve a alegria de ver a sua obra na tela, dominando por algum tempo todas as salas de cinema do mundo. Impressionou-me saber que O Senhor dos Anéis, com cerca de 70 anos de existência, foi contemporâneo e rivalizou com Harry Potter, acabadinho de chegar ao mundo.
Se Tolkien criou o Frodo e o Gandalf numa fase conturbada do mundo, e logicamente, da sua própria vida, também J.K. Rowling, sua compatriota, concebeu Harry Potter, quando em Portugal iniciava um processo de divórcio, o que leva a supor que as dificuldades da vida aguçam o talento.
Tolkien, um homem maduro, professor de inglês arcaico na Universidade de Oxford, que viveu duas guerras mundiais, foi iluminado por uma inspiração que não está acessível a todos os talentosos: a de imaginar a imaginação.
Tolkien é o exemplo perfeito de como pode ser belo não deixarmos apagar-se a criança que existe em cada um de nós.