sexta-feira, 24 de maio de 2019

UMA PROMISSORA ENTREVISTA EM PERSPECTIVA


...E foi assim que em princípios de 2005 obtive o meu primeiro emprego, sem qualquer relação com o curso que tirara. Por certo fui vítima de todo o tipo de políticas erradas que tiveram lugar neste nosso pobre país. E os portugueses sentiram-no bem na pele.

         O tempo foi correndo e eu aperfeiçoando-me no trabalho de aluguer de automóveis, muito embora nada de especial eu tivesse de fazer. Não era eu que procurava o cliente, no sentido de lhe criar a necessidade de ter de alugar um carro. Essa necessidade ele já a trazia, no consciente, no momento em que me procurava. Eu só tinha de lhe disponibilizar a viatura que ele pretendia, e receber-lhe o dinheiro do aluguer.

         Até que chegou aquele dia em Abril de 2009, quando atendi um cliente diferente. Depois de termos tratado do assunto que o levara até mim, o aluguer de um carro, ele olhou para mim, não com os olhos do cliente que observa o funcionário que o atende, mas com os olhos de quem, tendo ficado bem impressionado com o que viu, se preparava para me fazer uma proposta. E fez! Depois de ter sabido quais as minhas habilitações académicas, ofereceu-me o lugar garantido numa entrevista difícil de obter (segundo disse), com a promessa de um excelente emprego. Tudo dependeria de mim. Deu-me uma morada, data e hora para a entrevista, depois de se ter ausentado uns minutos, decerto para telefonar para algum lado. E foi-se embora. Escusado será dizer que até ao dia da entrevista andei em ânsias…( em continuidade, ex. II)
in Sombras da Eternidade

quarta-feira, 15 de maio de 2019

AO LER O DIÁRIO DE AVEIRO...UMA SAUDOSA AULA DE BIOLOGIA


Desde o meu segundo ano do ciclo preparatório, quando tomei contacto com o processo de polinização das plantas (a sua reprodução), e a sua fotossíntese, que me tornei apaixonado pela biologia. E depois, no meu 2º ano do Curso Complementar do Liceu, antigo 7ºano, que corresponde agora ao 11º, ao dar a biologia da célula, o seu citoplasma, o núcleo, os cromossomas, os cariótipos, o Ácido desoxirribonucleico cuja sigla em português é ADN, responsável pela hereditariedade, eu sei lá que mais, senti-me quase no céu, pois era uma matéria que absorvia avidamente.

Hoje, e como muitas outras vezes tem acontecido, mais uma vez o excelente Diário de Aveiro me surpreendeu com uma notícia na rubrica «Ciência da Vida». Eu já tinha ouvido falar em células estaminais mas não fazia a mínima idéia do que eram. Este artigo ensinou-mo.

Diz o artigo que um grupo de investigação do Instituto de Genética Smurfit da Universidade de Dublin descobriu o modo de funcionamento das células estaminais, e no artigo tiveram a elegância de nos esclarecer o que na realidade são estas células. São células com a capacidade de se transformarem num qualquer tipo de célula do corpo humano, porque nem todas as células o fazem. As células que compõem cada um dos nossos órgãos designam-se por células especializadas, porque perderam a capacidade de se transformarem num outro tipo de célula.

O artigo é fabuloso porque nos dá informações excelentes sobre mais questões relacionadas com a genética, que eu achei deliciosas. Por momentos achei-me com o mesmo entusiasmo do rapazito que assistia às aulas de biologia da Drª Mercedes.

Obrigado Diário de Aveiro!

sábado, 4 de maio de 2019

PSICÓLOGO ALUGADOR DE AUTOMÓVEIS


Passeio, sózinho, nesta tarde de Outono, num parque silencioso, absorvido em mim próprio mas de forma alguma indiferente ao excelente colorido com que a natureza me presenteia. Depois destes últimos oito anos, absolutamente incríveis (e com isto não pretendo dizer que tudo foi incrível no bom sentido, porque houve muito mais de mau que de bom), tive necessidade de fazer uma reflexão sobre mim próprio, de dar a entender-me quem realmente sou, já que sobre mim obtive informações que eu próprio desconhecia, ou de que me tinha esquecido.

         É que, a dado momento deste período de oito anos, fui aliciado pela ganância e deixei-me seduzir por ela. Bem, não poderei dizer que, na realidade, seja totalmente culpado, já que a sedução chegou ao mesmo tempo que a minha mente era manipulada. A partir desse momento a vontade de outrem sobrepôs-se à minha própria vontade, e num tribunal sério eu nunca poderia ser responsabilizado na totalidade.

         Ingressei então em algo que em muito, caso se concretizasse, iria contribuir para o enfraquecimento de Portugal enquanto nação soberana. Felizmente que um sonho teve o condão de me libertar dessa prisão mental, dessa maléfica hipnose, ao devolver-me a minha identidade de lusitano, e a minha personalidade de homem honrado e de bem com a história.

         Mas comecemos pelo princípio.

         Chamo-me Luciano Pinto, sou natural de Coimbra e neste ano de 2017 completei 34 anos de idade. Sou filho de gente de classe média. O meu pai foi militar, andou pelo ultramar bastante tempo. Chegou ao posto de sargento-chefe. Reformou-se há nove anos. A minha mãe é costureira e trabalha ainda para um alfaiate conceituado de Coimbra. Fui criado na Alta de Coimbra, na Freguesia de Almedina.

Tirei o Curso de Psicologia na Universidade de Coimbra, mas quando o terminei, em 2004, constatei com bastante tristeza que o mercado de trabalho estava saturado. Os psicólogos acotovelavam-se nos corredores das oportunidades. Aguardei seis meses por colocação num sítio qualquer, mas como não chegou qualquer resposta, direccionei a minha atenção para outras áreas. Aconteceu então que um dia vi um anúncio de emprego numa locadora de automóveis, que preferencialmente queria pessoas licenciadas. Em todas as épocas existiram e continuam a existir oportunistas. Muito embora oferecesse um trabalho que não requeria índices intelectuais significativos, valia-se de quem os tinha para acrescentar uma mais-valia ao negócio, pois que à partida um licenciado é alguém bem-falante e com boa presença e apresentação. E tudo isto a custo de um ordenado pouco mais do que o ordenado mínimo. Mas entre o estar inutilmente em casa ou a um qualquer balcão a alugar carros, claro que escolhi o aluguer de automóveis…(em continuação, ex. I)

in Sombras da Eternidade