Acabei de
ler o romance «D. Sebastião e o Vidente», da escritora Deana Barroqueiro.
Excelente escritora, conclusão a que eu já tinha chegado no seu magistral
romance «O Espião de D. João II». E na busca de umas páginas de maravilha
comprei este livro, cujas expectativas me não saíram goradas, muito embora
confesso que suspeitava que o tema me não fosse propriamente agradável, como na
realidade aconteceu. Deana Barroqueiro escreve romances históricos, baseando-se
num trabalho profundo de pesquisa, pelo que tomamos por verdade os factos que
vai narrando. Por essa razão não me foi fácil ler a sua descrição romanceada,
da caminhada de Portugal para o abismo. A batalha de Álcacer-Quibir, onde nas
areias escaldantes de Marrocos, em Agosto de 1578, ficou grande parte da nata
de Portugal, é, possivelmente o episódio mais negro da nossa história.
Deixo-vos com um dos últimos parágrafos
do romance, que me tocou a alma:
«Como eu
gostaria, ao despedir-me de ti com estas derradeiras palavras, meu querido
leitor- amigo e companheiro de muitas horas nesta jornada pelos trilhos
sinuosos do tempo e da memória, de te fazer partilhar da minha infinita mágoa
pelo luto de uma nação tão antiga e respeitada, ali posta de rastos e
destruída, para ser chorada com insuportável desconsolação…»
Deana
Barroqueiro