Nestes dias em que, em Portugal, se assiste a esta espectacular mostra de decência moral, a voz do povo, mesmo que vinda da profundidade do século passado, é de uma actualidade impressionante. A voz do povo, embora seja do povo, sempre foi e continuará a ser uma voz genuína, verdadeira e incomodativa.
Gosto do preto no branco,
como costumam dizer.
Antes perder por ser franco
que ganhar por não ser.
Quantas sedas aí vão,
quantos colarinhos.
São pedacinhos de pão
roubados aos pobrezinhos.
Sei que pareço um ladrão...
Mas há muitos que eu conheço
que, não parecendo o que são,
são aquilo que eu pareço.
António Aleixo (1899-1949)
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
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5 comentários:
Muito bem recordado!
António
Nesta nossa sociedade que se diz ser democrática e justa, nunca as quadras de António Aleixo fizeram tanto sentido. Decerto que sem qualquer tipo de vergonha, pois que os responsáveis pelos atropelos à moral estão vazios de escrúpulos.
É esta então uma sociedade evoluida...
De acordo, infelizmente.
Apesar de não ser o meu forte como poeta, gosto muitíssimo de apreciar uma boa trova. E estas, que o amigo Fareleira nos traz ao lume, são soberbas, magníficas; insuperáveis também, no que tange a verdade nelas contidas.
Abraço amigo de
Gibson Azevedo.
Amigo Gibson
Na verdade, o nosso enorme poeta popular António Aleixo, algarvio, legou-nos quadras maravilhosas, de uma simplicidade comovente, mas de acutilante verdade.
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