...
Já o
aquartelamento do Ninda se avistava ao longe, um pequeno rectângulo de
construções simples e práticas, quase engolido pela imensidão verde que o
rodeava, quando sobre a coluna se abateu mais uma intensa e tropical cortina de
água. Álvaro ajeitou melhor o quico à cabeça, de modo a que a pala protegesse
os olhos da impetuosidade da chuva. Vá lá, vá lá, que só a iam sofrer por
algumas centenas de metros. Mas realmente, que raio de missão fora aquela?!
Muito tinha que contar à sua loirinha. Quem efectivamente seriam aqueles três
fulanos? De uma coisa ele estava certo, eles è que lhe denunciaram a emboscada.
Eles è que o ajudaram a convencer o capitão Rebelo a aceitar aquela informação
de proveniência tão duvidosa. Eles trabalharam para que as duas partes não
sofressem mortos nem feridos. Inequivocamente eles queriam a paz e não a
guerra. Mas eles...eles quem? Quem eram? Porque razão o escolheram a ele?
Porque motivo haveria alguém de, num planeta manchado por imensos focos de
guerra, usar tamanhos artifícios para instalar a paz naquela remota picada de
um império decadente?
A coluna avançava para o Ninda. Que
viesse o rancho melhorado, pois ajudaria à alegria e festa existentes naqueles
corações guerreiros, ansiosos pela paz. Assim se tivesse feito toda a história
militar de Angola, e não teria havido razão na saudade permanente, vinculada à
ondulação branca de um triste lenço no porto de Lisboa...(em continuação, pág 85, ex. XXV)
in VISITADOS
Novembro/1999
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