...Finalmente
chegara a Alfeizerão. Deparou-se com um pequeno aglomerado de casas junto à
estrada. Para norte e para sul, a uma certa distância, adivinhavam-se mais alguns
telhados e mais para norte ainda, divisava-se a opulência de quatro torres a
ladearem o que dali parecia ser um solar. Era meio-dia. Américo Afonso
procurava em vão alguém a quem se pudesse dirigir, para se informar sobre o
paradeiro da pessoa mais responsável naquela pequena aldeia. Percorrendo a
estrada, deu finalmente com uma porta aberta e três boquiabertos rapazes, que
de olho brilhante e desconfiado, miravam incrédulos a “carroça sem cavalos”.
Era a taberna do Ti Chico Bento. Américo Afonso parou o automóvel. Deixando-o a
“ronronar” pachorrentamente, dirigiu-se aos rapazes, que imóveis admiravam
aquele homem impressionante, que era capaz de dominar tal “avantesma”.
- Muito bom
dia - disse Américo.
- Bom dia -
responderam em uníssono os três rapazes, que fixavam o olhar incrédulo no
advogado.
- Que nome
se dá àquilo? - perguntou um dos rapazes, apontando para o automóvel.
- Aquilo
chama-se automóvel - respondeu Américo.
- E o
“tumóble” anda como? - perguntou outro.
- Em vez de
ter cavalos a puxá-lo, tem um motor.
- Aaahh...
respondeu o rapaz que fizera a pergunta, mostrando-se satisfeito com uma
resposta que não compreendera...(em continuação, pág. 124, ex. XLIX)
in Quando Um Anjo Peca
Março/1998
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