quinta-feira, 12 de abril de 2018

HIDEKO TSUKIDA, UMA FADISTA NA CIDADE NIPÓNICA DE OSAKA


Para aprender, qualquer hora e qualquer local são perfeitos. Isso mesmo. E os inesperados momentos de aprendizagem podem acontecer nos locais menos prováveis, mesmo numa simples ida ao médico.
            Isso aconteceu hoje comigo.
            Hoje de manhã fui ao Centro de Saúde de Aveiro. E, caído num daqueles momentos aborrecidos (em que todos nós, por vezes, nos encontramos, rodeados por quem não conhecemos, desesperados por ouvir o nosso nome ser pronunciado nas colunas de som, para nos retirar rapidamente daquela situação desconfortável),  fui buscar uma revista (da empresa de aviação Portugália), que se encontrava abandonada numa mesa, a um canto da sala. E fui desfolhando a revista. E, inesperadamente, deixei de estar naquela sala e viajei até ao Oriente, mais propriamente até à cidade japonesa de Osaka. É que naquelas páginas apresentava-se uma entrevista a uma cidadã nipónica, de nome Hideko Tsukida, que, imagine-se, cantava o fado, o nosso fado bem português.
            Em 1987 encontrou um disco da Amália Rodrigues e apaixonou-se pelo fado. E a partir daí, cantar com alma portuguesa o fado foi o seu grande projecto de vida. Veio para Portugal tirar um curso intensivo de português, conheceu muito dos nossos intérpretes, poetas e guitarristas, incluindo a Amália, e com a alma cheia de ardor lusitano regressou a Osaka, onde começou a difundir o fado.
            Bem, eu fiquei parvo a olhar para a revista. Mas o que descobri a seguir fez-me sorrir,  pois que naquele pequeno período de tempo que levei a ler o artigo, fiz uma viagem no tempo, já que aquela revista era de Maio de 1994.
            Logo a seguir o meu nome soou nas colunas e tive de me despedir da minha amiga máquina do tempo.
            Chegado a casa fui pesquisar. Hoje em dia Osaka tem uma vintena de casas de fado, à imagem das casas de fado do Bairro Alto. E a Hideko Tsukida já tem uma seguidora: Kumiko Tsumori.
            Mas que agradável lição o Centro de Saúde de Aveiro hoje me proporcionou!

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