Durante cerca de três semanas o mundo quase suspendeu a
respiração de ansiedade e expectativa.
Na longínqua Tailândia doze miúdos, praticantes de futebol,
na companhia do seu treinador, a 22 de Junho faziam uma incursão à natureza,
diria uma brava e inóspita natureza. Com o início da época das monções (de que
nos fala Rui Veloso no seu álbum Auto da Pimenta), foi aquele grupo
surpreendido por chuva bastante intensa, pelo que se refugiou numa gruta…e
desapareceu, muito embora ainda não tenha sido explicado como tal aconteceu.
A partir desse momento assistiu-se à mobilização do mundo no
sentido de o grupo de jovens e o seu treinador ser encontrado, numa imensa
gruta, grande parte dela submersa em alguns metros de profundidade da água das
chuvas. Passados alguns dias, e quando o cepticismo em relação à descoberta dos
jovens se começava a instalar, eis que um grupo de mergulhadores britânicos
conseguiu encontrar os jovens e o treinador, vivos, numa concavidade localizada
bem na profundidade da gruta.
Graças à união dos mergulhadores tailandeses (com a
ocorrência da morte de um deles, na preparação das condições sub-aquáticas para
que o resgate viesse a ser possível) e de outros de algumas nacionalidades, foi
possível o resgate daquelas treze vidas.
Mas que enorme momento para a humanidade! E quando emprego o
termo «humanidade» dir-se-ia ter-se tratado do resgate de centenas ou mesmo
milhares de pessoas, e não apenas de treze, mas quando a vida humana é
criminosamente desvalorizada pela acção de comunidades humanas e não
alienígenas, como miseravelmente temos assistido nesta nossa Europa, Médio
Oriente e Estados Unidos, é motivo de enorme alegria ver o mundo mobilizar-se
para salvar apenas treze pessoas.
O exemplo da Tailândia é de guardar no mais profundo dos
nossos corações!
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