segunda-feira, 12 de agosto de 2019

ALGUÉM POR MIM OLHOU


          



Num tempo

Que ao tempo

Já não ocupa espaço,

Na pressa do abrigo

Ver surgir,

Vi nascer a minha essência

Vi abrir-se o teu sorrir.

Por mim passou o desejo,

O amor que se fez sem pressa.

Onde estás que te não vejo

Dono da minha existência.

Tive dias de alegria

Alguém por mim olhou,

Uma voz que sempre dizia

Que eu não chegaria

Ao que sou.

Mas a morte um dia veio

Afugentando de mim a vida.

A promessa ficou pelo meio,

Já que tu,

Meu dono,

Depressa foste de partida.

O meu dono é agora a solidão

Não passo de um triste ermo,

Sou sangue sem coração

Sou história a que se pôs termo.

Na ruína do meu ser

Tenho por companhia o luar.

Já me não é possível querer

O amor,

Que outrora em mim teve lugar.

Sem comentários: