quarta-feira, 24 de setembro de 2008
CONJUNTO TEYA
A minha juventude deu-me a conhecer gente que me fez extremamente feliz. Gente como os meus colegas de palco no grupo de teatro amador «Os Tibúrcios», a que já fiz alusão, ou gente como a rapaziada que comigo foi cúmplice em alguns muito bons momentos de palco...na música.
Refiro-me concretamente ao conjunto «Teya», da Cortiçada, ali bem pertinho de Campo de Besteiros, no Concelho de Tondela.
Corria o ano de 1977. Tinha eu então 21 anos de idade. Embora eu não fosse o baterista efectivo do grupo, foi comigo à bateria que o Teya colocou no seu reportório musicas dos Credence Clearwater Revival e do Carlos Santana. E tentámos tocar Deep Purple. E digo «tentámos», porque Deep Purple é sinónimo de Júpiter, se Júpiter tivesse sido o deus da música.
Com o Fernando Ferreira nos teclados, o Altino na viola ritmo, solo e voz, e o Carlos Ferreira no baixo, puxando pelos amplificadores Farfisa e puxando por mim, e eu por eles, vimos deliciados a receptividade do público. Fizemos furor.
Era uma época em que ainda se não sabia o que era uma mesa de mistura, pelo menos ao nível do nosso grupo, um conjunto não muito abastado. Cada instrumento tinha a sua amplificação individualizada de todos os outros. Para a voz existia uma amplificação própria. E claro, a bateria era pura acústica. As baquetes tinham de ser duras nas peles. O pé precisava de ser rijo no bombo. O meu bombo era bem audível.
O Teya fez escola naquela região. Os que hoje estão na casa dos cinquenta, e que ainda por ali vivem, recordam com saudade o conjunto que lhes fazia agitar o sangue nas veias. Ainda hoje, quando recordo o Teya, sinto o batimento cardíaco acelerar.
Se há coisas de que me orgulho, uma delas é de ter conseguido com que aqueles musicos extraordinários me tivessem aceitado no seu seio, é a de ter tocado, com sucesso, NO TEYA.
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