...- O meu
menino está no Bombarral? - perguntou Lucinda.
- Ouçam - disse o padre José Soares -
conversarmos sobre este assunto só pode ser feito dentro de casa. Agora tu
Lucinda, não me saias outra vez pela porta fora como espavorida.
E
os três entraram na humilde casa de Lucinda, onde esta tomou conhecimento da
vivência real daquela longínqua criança
que se alimentara ao seu peito e que naquele momento, tão distante estava das
suas verdadeiras origens. E Lucinda soube outra coisa - anjos da guarda
podem-se revelar aos mortais de variadíssimas formas, sem sequer a sua presença
ser conhecida por quem eles protegem. Mas que a sua acção se faz notar, disso não
há dúvidas. Lucinda percebeu ainda que enquanto existirem verdadeiros seres
humanos, solidários, de corações puros, a esperança será sempre um valor
absoluto.
Riu-se
Lucinda, riu-se António Avilar, quando concluíram que ambos traçaram a
separação dos gémeos. Riram-se ambos quando perceberam que nas suas mãos e
ajuda divina estava a união dos dois gémeos.
Vila
de Ló era uma herdade em expectativa...(em continuação, pág. 112, ex. XL)
in Quando Um Anjo Peca
Março/1998
Sem comentários:
Enviar um comentário