sexta-feira, 25 de outubro de 2013

VILA DE LÓ, UMA EXPECTATIVA

...- O meu menino está no Bombarral? - perguntou Lucinda.
  - Ouçam - disse o padre José Soares - conversarmos sobre este assunto só pode ser feito dentro de casa. Agora tu Lucinda, não me saias outra vez pela porta fora como espavorida.
E os três entraram na humilde casa de Lucinda, onde esta tomou conhecimento da vivência real daquela  longínqua criança que se alimentara ao seu peito e que naquele momento, tão distante estava das suas verdadeiras origens. E Lucinda soube outra coisa - anjos da guarda podem-se revelar aos mortais de variadíssimas formas, sem sequer a sua presença ser conhecida por quem eles protegem. Mas que a sua acção se faz notar, disso não há dúvidas. Lucinda percebeu ainda que enquanto existirem verdadeiros seres humanos, solidários, de corações puros, a esperança será sempre um valor absoluto.
Riu-se Lucinda, riu-se António Avilar, quando concluíram que ambos traçaram a separação dos gémeos. Riram-se ambos quando perceberam que nas suas mãos e ajuda divina estava a união dos dois gémeos.
Vila de Ló era uma herdade em expectativa...(em continuação, pág. 112, ex. XL)
in Quando Um Anjo Peca

Março/1998


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