- Por Geb, finalmente que respiro normalmente- disse
Masahemba.
- Eu sei que te foi desconfortável, mas resultou- disse,
por seu turno, o sifto.
- Meu querido rapazinho, tu foste fantástico. Afinal
Amon-Rá não é assim tão impotente como possa parecer.
- Bem, sempre vai tendo um truque aqui, uma subtileza
ali- dizia o sifto sorrindo- mas estás a salvo, por enquanto- disse o sifto,
tornando-se mais sério- o que pretendes agora fazer?
- Estas plantas à tona d’água devem-me garantir refúgio
por algum tempo.
- Muito bem. Então eu vou informar Amon-Rá de que a
operação foi um sucesso, e também informá-lo da tua localização. Mantém-te
atento. Eu trago-te alimento. Mereces ser quem és, Masahemba.
E dizendo
isto, o sifto desapareceu numa corrida frenética. Masahemba saiu da água e
desfez-se das suas vestes de Sumo Sacerdote, enterrando-as num buraco que fez
na areia. Estava completamente nu. Mas não havia problema, pois no Egipto o
frio era algo desconhecido para o homem.
À beira do
ribeiro existia verdejante e densa vegetação, constituída essencialmente por
pequenas bananeiras, bem como por compridas, finas e duras folhas de papiro,
que teriam de servir de camuflagem. Quanto tempo iria ali permanecer? Afinal,
seriam os deuses menos poderosos do que a concepção que os homens faziam deles?
Cada homem
tinha dentro de si um bocadinho dos deuses. Que coisa fantástica! E
MassiftonRá, como seria? Não, não havia dúvidas nenhumas sobre o poder dos
deuses. Só os deuses tinham o conhecimento para aos homens do Egipto poderem
esconder a existência de um lugar tão importante- MassiftonRá, o mundo dos
deuses...(em continuação, pág. 51, ex. XVIII)
in A Causa de MassiftonRá
Novembro/2005
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