terça-feira, 7 de julho de 2015

NAPOLEÃO E A TROIKA

É verdade que estamos a viver um período muito difícil, não só a nível económico, mas também no que ao sentimento patriótico diz respeito.


A nível económico porque os sucessivos cortes de uma austeridade imposta, nos têm galopantemente empobrecido, para que seja possível o pagamento da maldita dívida, pela qual nem eu nem o meu vizinho tivemos a mínima responsabilidade, o que não impede que tenhamos sido chamados a pagá-la. Estas são as cruéis e omnipresentes injustiças a que o povo está permanentemente votado.

No que ao sentimento patriótico diz respeito, porque se por um lado nós, o povo, nos revoltamos contra a perda da nossa soberania económica, e quando se perde esta soberania, o que é que nos resta?!- por outro lado mais nos revoltamos ainda por assistirmos á atitude subserviente dos nossos governantes perante os poderosos da Europa, assemelhando-se aos pobres lacaios que, de baixo para cima, observando com expressão de enorme fraqueza intelectual o seu senhor, se preparam para avidamente guardar as migalhas que ele, com um sorriso de escárnio, propositadamente deixou.

Portugal tem muito melhor para oferecer!

Mas o povo português, porque é nobre, paciente mas nobre, irá conseguir ultrapassar mais esta tremenda dificuldade, como já ultrapassou outras, porventura piores. E estamos á beira de podermos relembrar um desses factos, pois amanhã se completarão 183 anos sobre a sua ocorrência.

Foi a 8 de Julho de 1832 que o chamado Exército Libertador, formado por 60 navios e 8500 soldados, comandado por D. Pedro IV, desembarcou na Praia do Mindelo, a 20 kms a norte do Porto, para enfrentar o terror absolutista de D. Miguel e dar início a uma guerra civil que duraria dois anos. O povo português depois de ter ultrapassado as tropas napoleónicas, e depois de ter escorraçado a intromissão britânica, nas duas primeiras décadas do Séc. XIX, teve ainda de viver uma guerra fratricida- mas sobreviveu.

Comparado com isto as nossas dificuldades actuais são uma brincadeira. Se depois de três décadas terríveis, como por certo terão sido as três primeiras décadas do século XIX, houve futuro para a nossa juventude, cento e oitenta anos depois, esse engenho e arte que continua a fazer parte de nós, vai promover todos os mecanismos para acelerar a nossa economia.

Caramba, rapaziada, somos Portugueses!!

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