quinta-feira, 19 de maio de 2016

ROVISCO PAIS- NUM RÓTULO A HERANÇA DE UMA OBRA

Já alguma vez tinham ouvido falar em Rovisco Pais? Eu não. É caso para dizer que qualquer momento, na nossa vida, é sempre um bom momento para aprender alguma coisa. Tomei conhecimento deste nome numa garrafa de vinho tinto. E bom! E como é costume de qualquer um de nós, fui ler a parte detrás do rótulo, para conhecer um pouco melhor o vinho que acabara de beber. E o que li foi um pouco de história. Factos recentes, é certo, mas que moldam ainda os dias deste nosso país.
José Rovisco Pais nasceu em Sousel em 1860 e morreu em Lisboa em 1932. Foi um homem bastante rico, mesmo. Deixou uma enorme obra benemérita. A obra crescia, mas o seu autor toda a vida se manteve no anónimato. Grande parte dos seus bens doou-os a favor de melhoramentos dos hospitais civis de Lisboa, da maternidade Alfredo da Costa e da Santa Casa da Misericórdia de Setúbal. Construiu ainda uma leprosaria na Tocha, hoje Centro de Medicina de Reabilitação.
Era lavrador. Dos seus vinhedos, que deixou, em Santo Isidro de Pegões, nasceu o vinho que eu hoje bebi.
E neste país, onde qualquer bicho careta, porque é presidente de um clube ou de uma outra qualquer futilidade, surge com ares de Presidente da República e já ganhou a imortalidade, é necessária uma garrafa de vinho para que um comum e mortal cidadão, tome conhecimento da existência de um benemérito desta monta.

Pudera, com tanto que há para fazer nos festejos de se ganhar um campeonato, não há tempo para nos debruçarmos sobre coisas banais!

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