Já alguma vez tinham ouvido falar em Rovisco Pais? Eu não. É
caso para dizer que qualquer momento, na nossa vida, é sempre um bom momento
para aprender alguma coisa. Tomei conhecimento deste nome numa garrafa de vinho
tinto. E bom! E como é costume de qualquer um de nós, fui ler a parte detrás do
rótulo, para conhecer um pouco melhor o vinho que acabara de beber. E o que li
foi um pouco de história. Factos recentes, é certo, mas que moldam ainda os
dias deste nosso país.
José Rovisco Pais nasceu em Sousel em 1860 e morreu em Lisboa
em 1932. Foi um homem bastante rico, mesmo. Deixou uma enorme obra benemérita.
A obra crescia, mas o seu autor toda a vida se manteve no anónimato. Grande
parte dos seus bens doou-os a favor de melhoramentos dos hospitais civis de
Lisboa, da maternidade Alfredo da Costa e da Santa Casa da Misericórdia de
Setúbal. Construiu ainda uma leprosaria na Tocha, hoje Centro de Medicina de
Reabilitação.
Era lavrador. Dos seus vinhedos, que deixou, em Santo Isidro
de Pegões, nasceu o vinho que eu hoje bebi.
E neste país, onde qualquer bicho careta, porque é presidente
de um clube ou de uma outra qualquer futilidade, surge com ares de Presidente
da República e já ganhou a imortalidade, é necessária uma garrafa de vinho para
que um comum e mortal cidadão, tome conhecimento da existência de um benemérito
desta monta.
Pudera, com tanto que há para fazer nos festejos de se ganhar
um campeonato, não há tempo para nos debruçarmos sobre coisas banais!
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