O rapazito muito orgulhoso se sentia quando ia visitar o pai
ao trabalho. O pai trabalhava então nos fundões do Diário de Coimbra, à Rua da
Sofia. Era tipógrafo linotipista, ou seja, trabalhava com um linótipo. Essa
coisa estranha era uma imensa máquina de escrever, que na parte detrás derretia
enormes barras de chumbo, chumbo esse que se ia transformando, gradualmente, na
notícia que o seu pai ia escrevendo no teclado, e que se depositava no seu lado
esquerdo numa pequena banca, em palavras de chumbo. E como era uma máquina
mesmo muito grande, parecia-lhe que o seu pai era um pequeno bonequito, muito
valente, que conseguia dominar aquele monstro. Corriam os anos de 1964, 1965.
Ontem, o rapazito ao ler o Diário de Aveiro, leu a notícia de
o Diário de Coimbra completava ontem mesmo 86 anos de actividade jornalística.
E claro que aquelas antigas imagens lhe inundaram a mente com muito carinho. É
que o seu pai, que há trinta e quatro anos anda pelos caminhos do céu,
contribuiu com o seu valioso trabalho para que o Diário de Coimbra seja hoje um
jornal antigo e cheio de prestígio.
O antigo funcionário Agostinho de Jesus Gomes, pela boca do
seu filho, o rapazito, dá os parabéns ao Diário de Coimbra e votos de futuras
grandes edições jornalísticas.
Sem comentários:
Enviar um comentário