Aqui há uns tempos, como na altura tive oportunidade de dizer, li um excepcional romance histórico
da escritora Deana Barroqueiro, no caso «O Espião de D. João II», que de forma
magistral me levou a viajar por África, em busca do reino cristão do «Prestes João». Uma autêntica avalanche de
deliciosas aventuras.
Agora tive a oportunidade de ler um outro livro, que não sendo
um romance, é um excelente livro de investigação histórica, e que me conseguiu
de novo transportar para aquela época, sem dúvida a nossa luminosa época dos
Descobrimentos.
Nas caravelas e naus de D. João II e D. Manuel I pude viajar
por esses mares desconhecidos, dobrando o Cabo da Boa Esperança, à descoberta
do caminho marítimo para a Índia, e descobrindo, por engano, o Brasil. Viajei
com alguns milhares de marinheiros portugueses, capitaneados por Bartolomeu
Dias, Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral, Francisco Almeida e Afonso de
Albuquerque, durante cerca de quinze anos.
Tive o imenso prazer de conhecer bem por dentro a nau
comandante da frota portuguesa, a Frol de La Mar, de quatrocentas toneladas,
com a qual o grande Afonso de Albuquerque comandou as conquistas de Cochim,
Calecute, Cananor, Goa e Ormuz, na costa do Malabar, na Índia.
Enfim, um livro entusiasmante, que nos relata a criação (por
parte desse minúsculo país que foi e é Portugal), do «Primeiro Império Global»,
escrito pelo historiador inglês Roger Crowley.
Na Antiga Confeitaria de Belém, não muito distante da Torre
de Belém, comem-se os nossos famosos pastéis de nata, que ali tomam a
designação de pastéis de Belém, acompanhados por um saboroso café. Perto
daqueles ares que viram partir as nossas caravelas e naus, para essa emocionante e imortal aventura, a dos
Descobrimentos, é possível experimentarmos os sabores que esses navios nos
trouxeram de terras longínquas: a canela, o açúcar e o café. Esta a mensagem
com que Roger Crowley termina o seu livro: Conquistadores, Como Portugal Criou
o Primeiro Império Global.
Para quem tem orgulho em ser português!
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