Parece-me
que qualquer pessoa minimamente sensata, concordará com a afirmação de que o
tesouro maior de um povo é a sua língua. É através dela que, escrevendo ou
falando, nos comunicamos naturalmente, e sem qualquer tipo de dificuldade na
compreensão, com todos aqueles que têm por mãe pátria o chão que também é o
nosso.
Sendo a língua a característica mais
importante que identifica cada povo, e a nossa, especificamente, uma língua bem
difícil de ser aprendida, pensava que tal como eu, todos os portugueses a
estimavam e até, porque não dizê-lo, a mimavam, empenhando-se por,
orgulhosamente, a falar e escrever correctamente.
Infelizmente não é isso que venho
constatando. Os atropelos à nossa língua, a falta de interesse em que a
expressão escrita seja correcta, é constante.
E o mais grave é as entidades
comerciais serem as primeiras a dar o exemplo, incentivando assim a que os
jovens escrevam português à «calhoada».
Recebi esta
mensagem:
«Outono e sinonimo de prevencao! Troque os
pneus e faca a revisao da sua viatura, pague com o cartao…».
Estes
senhores decerto que além de pneus também vendem facas!
O (~) til,
que é um sinal tão bonito e que origina um som que só nós portugueses sabemos
pronunciar, é simplesmente suprimido…porque dá muito trabalho. Quanto aos
acentos agudos…vai lá que já te apanho.
Já não bastava o maldito e
anti-patriótico acordo ortográfico vir denegrir a língua de Camões, também nos
defrontamos agora com a preguiça no escrever.
Sejamos
portugueses em toda a acepção da palavra se fazem favor!
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