Regresso ao infeliz tema do assalto aos paióis de Tancos. E
faço-o porque me aflige que, de uma forma tão branda, aceitemos o descrédito
das Forças Armadas a quem devemos o facto de podermos, neste momento, estarmos
a falar de forma tão livre e directa sobre esta questão. Eu vivi intensamente o
dia 25 de Abril de 1974 na minha querida cidade de Coimbra. E nesse dia, para
mim, as Forças Armadas (que três anos depois integrei), ganharam um valor e um
respeito imensos, sentimentos que guardei e guardarei até ao final dos meus
dias. Embora não tenha sido nada fácil, orgulho-me de ter servido as Forças
Armadas durante dezasseis meses, nessa sumptuosa unidade que é a Escola Prática
de Infantaria em Mafra. Por isso me aflige que, muito acima da encenação da
recuperação do material roubado em Tancos, não se fale, não se explique, como
foi possível esse assalto. Porque aí é que reside a vergonha. Aí é que está o
ónus da questão. E não vejo ninguém preocupado em esclarecer como esse facto
aconteceu.
Não me adianto mais. Como cidadão e ex-militar apenas exijo
essa explicação. A memória do MFA também!
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