sábado, 4 de janeiro de 2020

AUSTRÁLIA: FOGOS MESMO ALI AO VIRAR DA ESQUINA


Há pouco, nas notícias do Telejornal, fui completamente cilindrado. Pela primeira vez senti o peso das alterações climáticas fazerem pressão em mim. Falo dos incêndios que desde Setembro devastam a Austrália. É aterrador ver, num país desenvolvido como aquele, ser completamente inútil todo o trabalho que as autoridades competentes desenvolvem para deter as chamas nos Estados de Victória e Nova Gales do Sul. É horrível observar as pessoas daquelas paragens a fugirem para as praias, sendo recolhidas por corvetas da marinha de guerra australiana, e filas intermináveis de veículos a quererem afastar-se das chamas e terem dificuldade em fazê-lo, por causa de constrangimentos a nível de cortes de estradas, com o pânico estampado nos olhos das pessoas. Mas, a nível ambiental, além dos milhões de hectares de floresta ardida, o peso das alterações climáticas exerceu pressão em mim (e não nos iludamos: estes fogos não são normais), quando ouvi que se estima, não me enganei no número que vou dizer, que quinhentos milhões de animais tenham morrido, o que muito provavelmente representará que, por estes dias, muitas espécies da fauna australiana se extinguiram para sempre.

A Austrália encontra-se do outro lado do mundo, está a muitos milhares de quilómetros de mim, mas faz parte deste planeta Terra, que é o meu, o nosso, como tal, para mim uma tragédia ambiental que me afecta, que nos afecta, mesmo ali ao virar da esquina.

            Trumps e outros que tais irão, um dia destes, ter por comida pedras. O problema é que essas mesmas pedras vão sobrar para mim, que tudo tento fazer, na minha «cagajésima» infinita pequenez, para ajudar o planeta a regenerar-se.

            Não duvidem, a Natureza, furiosa, vai acabar por nos devorar!

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