sábado, 18 de abril de 2015

NOTAS AMADORAS DE UMA HISTÓRIA QUE TAMBÉM É MINHA- ANO DE 866: PORTUCALE E A RECONQUISTA CRISTÃ

866- a Península Ibérica encontrava-se invadida pelos árabes há 155 anos. No entanto, desde o primeiro momento, uma região ibérica não foi ocupada, porque os invasores mouros parece não terem sido moldados para regiões montanhosas. Era essa região o Reino das Astúrias, bem no norte da península. E foi precisamente nas Astúrias que nasceu o gérmen da reconquista cristã.
Assim, cento e cinquenta e cinco anos depois, já os reconquistadores cristãos tinham recuperado na Península Ibérica o território que chegava a Viseu, onde se incluía a cidade de Portucale, nome que, duzentos e setenta e sete anos depois, daria origem ao nome de Portugal, esta nação maravilhosa idealizada, planeada e fundada em plena reconquista cristã.


sábado, 4 de abril de 2015

REGRESSO AO NINDA

...As sentinelas que vigiavam através dos abrigos, pertencentes ao pelotão que ficara no aquartelamento do Ninda, viram ao longe a aproximação da coluna. De imediato deram a saber o regresso da companhia. Todos demonstravam imensa satisfação. A missão de reconhecimento fora um êxito. Não houvera baixas nem feridos, e tinham capturado um número considerável de guerrilheiros inimigos. A coluna ao entrar pela pequena ponte improvisada, localizada sobre a vala, era recebida com imenso regozijo. Davam-se abraços e lançavam-se imensas larachas, próprias de quem, vivendo sob a expectativa de permanente perigo, num momento de descontracção soltava a alegria, a natural boa disposição, e fazia um brinde à vida.
         Os cinquenta turras foram bem amarrados, aglomerados no centro da parada, mas de modo a que não fossem vistos do exterior. Dez homens os guardavam, com as g3 apontadas a eles e a patilha de segurança seleccionada para o R  de rajada. Via rádio já fora comunicado que no Ninda se encontravam cinquenta prisioneiros de guerra. O Quartel General haveria de lhes dar destino e encarregar-se-ia de os is buscar.
         Os soldados que tinham integrado a coluna, contavam aos que ficaram o modo pelo qual a missão tivera êxito. Os soldados riam-se e ao mesmo tempo perguntavam-se como tudo aquilo fora possível. Sim, porque numa guerra a sério nunca se vira minas explodirem sozinhas, sem uma força externa que lhes accionasse o detonador, nem turras saltarem que nem doidos, denunciando-se a si próprios, deitando a perder uma emboscada da qual esperariam infligir muitas baixas ao inimigo « portuga». Por isso os soldados portugueses riam, mas não riam de satisfação, antes o faziam por nervosismo, pois estavam cientes de que se não tivesse acontecido algo que o seu entendimento ainda não assimilara, muitos deles não estariam ali vivos, naquele momento. Por isso alcunharam aquela missão de «operação do alferes bruxo», referindo-se eles à previsão certeira que o alferes Santa Cruz fizera da existência da emboscada.

         Todos se preparavam para irem tomar um banho no rio Cuango, pois a chuva já se fora. Agora que tinham cinquenta turras prisioneiros, tão cedo não seriam incomodados pelo inimigo...(em continuação, pág. 91, ex. XXIX)
in Visitados

Novembro/1999