domingo, 26 de maio de 2013

A MINHA INCURSÃO EM AL-ANDALUZ


Esta semana entrei numa extraordinária aventura. Pus pés ao caminho, e fui em demanda da porta do tempo, que me desse acesso ao passado. Encontrei-a, ao virar da esquina de uma livraria. A porta abriu-se-me de par em par, e nela, roído de expectativa, entrei, e imediatamente percorri 1183 anos. Embora continuasse em Portugal e na Península Ibérica, entrei num mundo completamente diferente, não só pela força dos anos, mas essencialmente pela força da influência de uma cultura completamente diferente. Encontrava-me na parte mais ocidental de Al Andaluz e imediatamente fui puxado mais para o seu interior, mas propriamente para a cidade de Mérida.
Encontrava-me cerca do ano de 830. Em consequência da invasão islâmica da Península Ibérica, cujo nome foi transformado para Al Andaluz (muito bonito), invasão essa que ocorrera em 711 (depondo os Visigodos do comando dos destinos ibéricos) por tropas que, comandadas por Tarique, entraram pelo Estreito de Gibraltar, fui encontrar uma sociedade muito complicada, eivada de extremas diferenças.
Na cidade de Mérida, quase a explodir de revolta, perante os pesados impostos a pagar ao Emir Abderraman II, que tinha a corte em Córdova, constatei que os habitantes de Mérida eram constituídos por uma profusão de pessoas de várias origens: os Árabes descendentes dos árabes genuínos da península arábica, os berberes, árabes de todo o deserto norte africano considerados em segunda linha, os Judeus, os Muladis, cristãos que se converteram ao islamismo e os Dhimmis, cristãos que mantiveram a sua religião, e que para isso tinham de pagar uma taxa. Senti o quanto os Dhimmis eram descriminados na sua própria terra, e o quanto os Muladis era desprezados tanto por cristãos como por árabes.
E finalmente percebi como se iniciou o processo da reconquista cristã, na Península Ibérica, que apenas iria ter lugar cerca de dois séculos depois, mas cujo embrião desabrochava por esta altura. E essa reconquista foi possível, porque houve uma região da Península Ibérica que os árabes nunca conseguiram invadir: o reino das Astúrias, bem lá no Norte, que se manteve sempre um bastião cristão, e de onde acabou mesmo por se iniciar o contra ataque.
Aprendi imenso. Claro que falo da leitura do livro «A Última Muralha», da autoria de Jesús Sánchez Adalid, um livro que, para quem se interessar por estas questões históricas, recomendo vivamente.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

SEGREDOS NO MAIOMBE


...Organizado o grupo de ataque, todos desapareceram na imensidão do capim e da floresta. Na picada ficaram cinquenta homens junto às viaturas e armamento pesado, que uma vintena de metros antes da curva,  aguardavam o sinal de ataque. O silêncio humano era total. Apenas se ouvia o diálogo da floresta. Aves e macacos tagarelavam animadamente na sua linguagem feita de guinchos e grasnidos.
         Os cem homens comandados pelo capitão Rebelo avançavam divididos em secções de dez. Duas das secções eram comandadas por dois alferes. As restantes oito eram lideradas por sargentos e furriéis. Caminhavam muito lentamente, ligeiramente curvados, as g3 bem seguras nas mãos suadas. O capim roçava-lhes os camuflados. Todos tinham os olhos postos num ponto- o local onde o tronco fora derrubado. Embora o não vissem, todos pressentiam a sua localização exacta.
         À direita dos soldados estendia-se a imensa floresta. Vigiavam a frente, a densidade do capim e também observavam as copas das árvores. A sua comunicação era apenas gestual. De vez em quando paravam e ajoelhavam-se para melhor se confundirem com a vegetação, e assim a observação poder ser mais precisa.
         Álvaro comandava a primeira secção. Ia em permanente contacto visual com o comandante de companhia. Seguiam-no dez homens, dez jovens rapazes, que tentavam disfarçar o medo que os consumia. Pertenciam ao seu pelotão e tinham feito questão em o seguir naquela incursão inesperada pela densidade da mata. Eram dez bons e dedicados amigos. Ali se desenrolava um exemplo do que ele considerava ser o espírito militar, de mãos dadas com a condição de se ser homem: a entre ajuda, a solidariedade, a amizade que os unia e os fortalecia na luta contra a morte. Cem homens, cem famílias que naquele preciso momento,  encontrando-se na Metrópole, ignoravam que os seus ente queridos caminhavam engolidos pelo mato, as mentes vazias de tudo o que constituía a vida, mentes prenhes apenas de instinto de sobrevivência.
         Caminhavam havia duas horas, quando o capitão Rebelo repentinamente se agachou e fez o gesto para todos se deitarem. Seguidamente os homens, rastejando, se foram juntando, desenhando uma longa fila. A cerca de cem metros à frente, lá se encontravam cinquenta rostos negros, que escondidos na robustez do tronco caído, com as Kalachnikov e algumas g3, aguardavam o aparecimento da companhia de tropas portuguesas. Ignoravam por completo que grande parte dessa companhia se encontrava à sua retaguarda, tendo-os bem na mira.
-         Alferes Santa Cruz, a sua previsão não podia ser mais exacta- disse o capitão Rebelo, sorrindo.
-         Estou a ver que sim meu capitão. Mas não consigo compreender como isto me aconteceu.
-         Olhe, eu também não percebo nem estou interessado em perceber. Apenas me sinto grato a si por ter acontecido. Íamos levar uma tareia...
         Subitamente, os guerrilheiros negros que se avistavam por entre o capim, começaram aos pulos, abandonaram as armas, galgaram a espessura do tronco e bateram em retirada, correndo pela picada na direcção do resto da companhia, que se encontrava para lá da curva, ao mesmo tempo que se ouvia uma forte detonação. A mina anti carro, colocada na picada, acabava de explodir.
         Os soldados observavam a cena atónitos. O capitão Rebelo ainda deitado de barriga para baixo, perguntava:
-         Mas que raio se está ali a passar? Isto è a guerra ou um filme de desenhos animados?
-         Então meu capitão, não está contente? Sem disparar um tiro desbaratou um grande grupo inimigo. Vai apreender armamento e se calhar até fazer prisioneiros! Foi uma operação segura e nada dispendiosa- dizia o alferes Mendes.
-         Alferes Mendes, tenha dó de mim- respondia o capitão- nós não ganhámos nada. Não tivemos mérito nenhum nesta operação. O alferes Santa Cruz deu em adivinho e os turras puseram-se a fugir sem sequer termos disparado um tiro. Ao menos, com uns tiritos dados, talvez eu tivesse trabalhado para uma medalhita ao peito, lá na Metrópole.
-         Meu capitão, não há baixas nem feridos. Isso não è o bastante?- perguntou Álvaro.
-         Não houve guerra alferes Santa Cruz. E eu sou um profissional da guerra. Bom, mas deixemos esta conversa. Para vocês, oficiais milicianos, è muito difícil compreender a lógica da guerra. Mas vós sois bons rapazes. E no fundo estou feliz por tudo ter acabado bem. Com tantos turras aqui aglomerados, será muito improvável que tenha sido outro grupo e não este, que há dias atacou o aquartelamento. Só não sei que raio hei-de eu escrever no relatório da operação. Vamos para o Ninda fazer a celebração que eu prometi. A ver vamos se o cozinheiro nos pode dar rancho melhorado.
         Os homens abandonavam o local de onde se preparavam para atacarem os guerrilheiros angolanos, quando Álvaro puxou o braço do comandante de companhia e disse:
-         Meu capitão, olhe ali para a esquerda.
-         Para onde?
-         Ali- e Álvaro apontava- olhe ali três brancos.
         A cerca de cem metros encontravam-se três homens. Dois estavam vestidos de amarelo torrado e o terceiro de azul. Os três tinham a cabeça coberta por farto cabelo extraordinariamente branco. O capitão Rebelo, ao avistá-los, ficou momentaneamente imobilizado. Depois, recompondo-se da surpresa gritou:
-         Hei, quem são vocês?
         Como resposta, apenas o homem de azul levantou a mão direita em jeito de saudação. Seguidamente os três homens viraram costas e internaram-se na compactes da floresta.
-         Vamos atrás deles. Tinham ar de nórdicos. Tenho de saber o que fazem aqui.
-         Meu capitão, foram eles que me avisaram da emboscada que nos aguardava.
-         Foram eles? Como sabe você disso?
-         Disseram-mo agora.
-         Disseram-lhe? Mas eles estavam tão longe! E eu estou junto a si e não ouvi nada.
-         Disseram-me telepaticamente- respondeu Álvaro.
         O capitão olhou para o ar enquanto mantinha as mãos na cintura.
-         Senhor alferes Santa Cruz, posso saber porque motivo não foi essa mensagem transmitida à minha pessoa? Caramba, convenhamos, o comandante de companhia ainda sou eu.
-         Não lhe sei responder a essa pergunta meu capitão. Nunca senti nada disto.
-         E eles quem eram?
-         Também não sei meu capitão.
-         Porra, que você há pouco sabia tudo e agora não sabe nada...(em continuação, pág. 80, ex. XXIII)

in VISITADOS

Novembro/1999

domingo, 12 de maio de 2013

SANTA JOANA PRINCESA, PADROEIRA DE AVEIRO


Hoje, 12 de Maio de 2013, caminho pela Avª 25 de Abril. Ouço sinos a repicar. Ao fundo observo o antiquíssimo edifício onde está instalado o museu de Aveiro. Observo-o com interesse, muito interesse, pois ele é guardião da mais ilustre memória de Aveiro. Observo as paredes do que outrora foi o Mosteiro de Jesus. Neste dia, em que em Aveiro decorre uma procissão, chamo á recordação a memória das pedras.
Decorria o dia 6 de Fevereiro de 1452 quando El-Rei D. Afonso V viu nascer a sua primogénita, a infanta D. Joana. Durante alguns anos foi ela a única herdeira do trono de Portugal, até ao nascimento do seu irmão, o Príncipe D. João.
Com 19 anos, em 1471, a Princesa D. Joana assumiu a regência de Portugal, em face da partida de seu pai, El-Rei D. Afonso V e do seu irmão o Príncipe D. João, para o Norte de África, em campanha militar, de que resultou a conquista das Praças de Arzila e Tânger. Seria esta a sua última intervenção política.
Por razões que as fontes a que tive acesso não explicam, no final desse ano de 1471, a Princesa D. Joana pediu a seu pai autorização para ingressar na vida de reclusão monástica, recusando assim propostas de casamento, nomeadamente de Carlos VIII de França e de Ricardo III de Inglaterra. Perante a convicção da princesa, El-Rei D. Afonso V foi obrigado a esquecer as propostas de casamento, pelo que D. Joana deixou a corte a 1 de Dezembro de 1471, tendo-se recolhido então no Mosteiro Cisterciense de Odivelas, de onde saiu no verão do ano seguinte com destino a Aveiro, tendo, a 30 de Julho desse ano de 1472, dado entrada no Mosteiro de Jesus, acompanhada por seu pai, El-Rei D. Afonso V e sue irmão, o Príncipe Herdeiro D. João.
Tendo por prioresa D. Beatriz Leitão, fundadora do Mosteiro de Jesus, a Princesa D. Joana, a 25 de Janeiro de 1475, cerca de três anos depois de ter dado entrada no Mosteiro, com 23 anos de idade, tomou o hábito albi-negro da Ordem de S. Domingos, numa cerimónia que decorreu na sala do capítulo do Mosteiro de Jesus.
Com a sua entrada no Mosteiro de Jesus de Aveiro, a Princesa D. Joana muito terá contribuído para o progresso da vila de Aveiro, pois que a coroa muitas regalias concedeu á vila.
A partir da sua vida de clausura, muito fez a princesa em prol dos desfavorecidos de Aveiro.
A 27 de Julho de 1479 viu-se forçada, contra a sua vontade, a abandonar Aveiro e seguir para Avis, na companhia da madre prioresa D. Beatriz Leitão, para fugir ao grave surto de peste que grassava na vila, tendo regressado em Agosto do ano seguinte.
Em 1481 foi entregue ao seu cuidado o seu sobrinho D. Jorge, filho bastardo do seu irmão e já rei, D. João II, vindo D. Jorge a ser o pai do primeiro duque de Aveiro.
Em 19 de Agosto de 1485 El-Rei D. João II fez mercê a sua irmã da vila de Aveiro, em carta lavrada em Alcobaça, tornando assim a Princesa D. Joana senhora de Aveiro, como o já havia sido o seu tio-avô, o Infante D. Pedro.
A 9 de Dezembro de 1489 a Princesa D. Joana adoeceu com gravidade. «Sua doença foi grande febre e desconcerto de todos os humores, em maneira que assim foi a dita senhora toda trespassada e revolta deles, que todos se lhe voltaram em câmeras e vómitos». Não mais recuperaria!
A 19 de Março de 1490 a Princesa D. Joana fez o seu testamento que é um modelo de humildade e caridade, sendo de excepcional importância a disposição relativa aos escravos e seus descendentes.
A 5 de Maio desse ano a princesa teve a primeira crise agónica.
No dia seguinte, depois de receber os sacramentos, pediu que o seu sobrinho D. Jorge de Lencastre fosse á sua presença, em que lhe pediu que nunca se esquecesse do Mosteiro de Jesus e das gentes de Aveiro.
Completam-se hoje 523 anos sobre o momento em que, ás duas horas da madrugada do dia 12 de Maio de 1490, a Princesa D. Joana faleceu. Tinha 38 anos de idade.
Muitos foram os seus actos de bondade. A comprová-lo aí está a procissão que hoje decorre na nossa cidade, em homenagem á sua memória, 523 anos a separar-nos do dia da sua morte.
Mesmo antes da sua beatificação, que aconteceu em 1693, por intermédio do Papa Inocêncio XII, era já considerada santa.
A 5 de Janeiro de 1965, o Papa Paulo VI declarou-a especial protectora de Aveiro.
Regresso deste meu momento interior, em frente ao antigo Mosteiro de Jesus. Ouço a cidade. Não é grande, mas é próspera. Em 523 anos muito bom trabalho tem feito a Princesa Santa Joana, uma magnânima memória de Aveiro, memória de realeza.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

ENFRENTANDO A ESTÚPIDA PREPOTÊNCIA


...O mouro dirigia-se pé-ante-pé em direcção à porta, na esperança de poder ouvir algo que lhe desvendasse a origem daquelas gargalhadas sem sentido. De repente, foi surpreendido pelo aparecimento súbito da mulherzinha de preto. Saía de casa. Era Lucinda e dizia:
- Por Deus o meu menino está vivo. O meu Daniel tem de saber. Há doze an...
Lucinda deu de caras com o mouro, que muito quieto a observava a cerca de meia dúzia de metros.
- Que temos aqui? - perguntou o mouro - uma mulher sempre tão deslavada, tão “insonsa", e de repente pareces mais nova! Posso saber de onde te vem essa alegria?
- Sua coisa ruim - respondeu Lucinda com desprezo – vai-te daqui belzebu.
- Olha mulher, se o teu "home” não te sabe pôr a direito, eu ponho - e ao dizer isto avançou para Lucinda, quando de dentro da casa surgiu também o padre José Soares.
- Que vais tu fazer homem? - perguntou o padre. O mouro deteve o passo e disse:
- O padre não a ouviu falar?
- Ouvi e também te ouvi agora a ti. Não há um pouco mais de respeito por mim? O padre, o padre! Não podias dobrar um pouco a língua?
- Não me venha com " seremõezes", que eu não sou de missas. Esta estupor mangou de mim e isso ninguém faz.
- Ela não mangou de ti. Apenas disse que não gosta de ti.
- Não gosta de mim? Alguma vez lhe fiz ma1?
- Nunca se sabe. Quando um cristão não teme a Deus, os outros cristãos têm desconfianças dele.
- E vocemecê também não gosta de mim?
- Sabes, um bom pastor tem de se preocupar com as ovelhas do seu rebanho. Se se preocupa com as ovelhas de outros rebanhos com certeza que não dará a atenção que deveria dar às suas.
- O padre deve andar com as ideias trocadas. Põe-se-me a falar de ovelhas e pastores. A que é que isso vem ao caso? Gosta de mim ou não?
- Se passares a ir à missa hei-de te ver com outros olhos.
- Já entendi. Pois fique-se lá com os seus santos. E tu fica a saber que havemos de conversar.
- E que tem vocemecê para conversar com a Lucinda? - perguntou uma voz vinda da retaguarda do mouro. Este virou-se. Os seus olhos frios faiscavam de cólera. Não estavam habituados a que o enfrentassem. Atrás de si encontrava-se o António Avilar.
- Olha, olha, hoje até ao zarolho se lhe desenrolou a língua. Eu não quero que ali o padre fique a pensar coisas ainda piores de mim. Mas estou com muita vontade em te ir a esse focinho. Já te esqueceste de que sou o capataz?
António Avilar muito serenamente respondeu:
- Não, mas vocemecê ouviu-me dizer que o não era?
- Então e o respeito que me deves? Se eu quiser desandas daqui enquanto o diabo esfrega um olho.
- Espera aí homem - interveio o padre José Soares - tu só o podes mandar embora se ele mostrar não ter capacidades para desenvolver o seu trabalho.
- Ó padre cale-se para aí que ninguém lhe pediu conselho. Já estou a ficar farto de o ouvir a arengar...
- Ouça cá seu capataz marroquino, não lhe admito que ofenda o senhor padre - disse António Avilar com a voz carregada de raiva e as mãos crispadas à volta do cabo da enxada que transportava.
- Ó zarolho dum raio, mas quem és tu para me falares assim? Racho-te ao meio não tarda.
- Cuidado senhor capataz, muito cuidado. Nem tudo o que se vê será o que parece.
         Enquanto proferia aquelas palavras de aviso, António Avilar levou a mão direita ao interior da jaqueta e com ela fez vários movimentos na base do abdómen, na zona por onde passava o cinto que lhe segurava as calças. O mouro seguiu com os olhos aquele movimento estranho da mão direita do seu oponente. As palavras com sabor a ameaça ainda lhe feriam os ouvidos. O ar determinado e sério de António Avilar fizera vacilar o mouro na sua estúpida convicção de que era o dono e senhor de toda aquela gente. Os dois homens, sem se movimentarem, fixavam-se, quais gladiadores em arena romana, tentando adivinhar os pontos fracos um do outro. António Avilar sabia que o maior ponto fraco do mouro era este estar convencido de que só tinha pontos fortes...(em continuação, pág. 109, ex. XXXVIII)

in QUANDO UM ANJO PECA

Março/1998

quinta-feira, 2 de maio de 2013

HOJE O MONDEGO FICARÁ QUIETO



«CAPAS ONDULANTES DA COR DA NOITE ESCURA», SERÃO HOJE O SIGNIFICADO DESSA PALAVRA NOBRE, ANCESTRAL E COMOVENTE, QUE É COIMBRA.
O HILÁRIO CANTARÁ PELAS VIELAS, AO SOM DA GUITARRA QUE CHORA. O FADO DE COIMBRA LEVARÁ LÁGRIMAS AOS OLHOS DAQUELES, QUE ESTA NOITE, IRÃO PERCEBER PORQUE RAZÃO COIMBRA TEM MAIS ENCANTO NA HORA DA DESPEDIDA.
O MONDEGO FICARÁ QUIETO, ENQUANTO LÁ DO ALTO, A SUBLIME, RESPEITÁVEL E COIMBRÃ TORRE DA UNIVERSIDADE OBSERVA, COM TERNURA, A TRADIÇÃO QUE A SEUS PÉS SE DERRAMA, BEIJANDO A MUITAS VEZES SECULAR SÉ VELHA.
É A SERENATA MONUMENTAL QUE ACONTECE!