sábado, 22 de fevereiro de 2014

V JANELA SOBRE O MEU PAÍS- IMENSIDÃO DA RIA- AVEIRO

A ria estende-se a perder de vista. Esta é a Ria de Aveiro, mas esta paisagem está a dez quilómetros. A ria há muito que saiu da cidade, e aqui encontra-se na Barra de Aveiro, muito próximo da praia da Barra. A ria beija S. Jacinto, a localidade á esquerda, bem na outra margem, e depois segue o seu curso, criando um mundo á parte, de silêncio e paraíso selvagem, durante cerca de 40 quilómetros, até Ovar.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

SETH, INIMIGO DA MAET

...Abandonando a orla fluvial e encaminhando-se para o interior, os homens davam conta das mudanças que se iam operando a nível da vegetação e da própria paisagem. Conforme se distanciavam do rio Nilo, as exuberantes árvores tropicais, palmeiras, figueiras, tamareiras, iam dando lugar a uma vegetação muito mais pobre, limitando-se essa vegetação a crescer apenas ao nível do solo, muito rasteira e parca em seiva. Era natural. O Nilo estava a ficar distante e por conseguinte os seus efeitos benéficos deixavam de se fazer sentir. E então, quando os homens se encontravam a já milhares de pés de distância do rio Nilo, o horizonte abria-se num infinito oceano de areia. Era o deserto Sahara, que ainda hoje lá se encontra, atravessando todo o Norte de África de lés a lés, desde o Oceano Atlântico até ao Mar Vermelho. Era o mundo da desolação e do perigo. E era nesse ambiente, terrivelmente hostil, que vivia a personagem mais sinistra do Egipto dos meus tempos de meninice, há dez mil e cinquenta e nove estações- o deu Seth.
     Expulso de MassiftonRá pela sua natureza conflituosa e nada  séria, Seth decidiu que a sua conduta estaria canalizada para ridicularizar a acção dos outros deuses, mesmo os seus irmãos e pais, já que o deus Seth era filho da deusa Nut e do deus Geb, irmão dos deuses Osíris e Ísis, e tio do deus Horus; e principalmente, porque isso ia contra os princípios de MassiftonRá. Por tal motivo impunha-se dificultar ao máximo a vida dos homens.
     Sem um lugar para morar, Seth escolheu as areias escaldantes do deserto para construir a sua casa. O deus Seth foi expulso de MassiftonRá, mas não perdeu os seus atributos de deus. No entanto, como canalizava as suas energias para os sentimentos menos nobres, perdeu a capacidade de intervir ao nível espiritual do homem, passando a sua acção a centralizar-se apenas no âmbito material. Seth imiscuía-se nas disputas das terras, dos gados, das mulheres, sentimentos mesquinhos que preenchiam os corações dos homens.

     À imagem de MassiftonRá, Seth criou também seres que o auxiliavam no seu trabalho, e esse era o de espalhar a desordem e o caos no mundo dos homens. O deus Seth era o grande inimigo da Maet. Assim, nas profundezas da areia do deserto, o deus Seth criou o seu palácio, a que chamou de «Kulsh-El-Seth». Era um palácio com estrutura de areia densamente compacta, palácio esse mergulhado na escuridão. E das criaturas do deserto, essencialmente escorpiões, Seth fez emergir os seus ajudantes. Surgiram então os «Ulsh», os «Akunosh», os «Efru», e chefiando toda esta orda de criaturas malignas, existia apenas um escorpião «Tekhaib», que fazia a ligação entre os obreiros de Kulsh-El-Seth e o próprio deus Seth...(em continuação, pág. 53- ex. XIX)
in A Causa de MassiftonRá
Novembro/2005

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

VÊM NOTÍCIAS NOS CORVOS, EM WESTEROS

Terminei a leitura da saga, até agora publicada, de uma obra prima do mundo da fantasia. É um monumento á imaginação, ao poder descritivo, á capacidade de diálogo e criação de personagens. Estamos nas terras de Westeros, um país criado de raíz, com uma estrutura social muito própria, que tem muito de Idade Média e cavalaria.
Desde a Muralha, no Norte, terras geladas, de onde brota o mistério e o grande suspense, onde se encontram os guardiões do reino- A Patrulha da Noite, até Dorne, no Sul, terra de muito calor, passando pelas muitas cidades livres, existentes para lá do mar estreito, é uma viagem como eu nunca tinha feito.
Sem querer deixar transparecer o que quer que seja do romance, sempre direi que o coração pulsa em Winterfell.
Alguns meses de leitura, dez livros e cerca de 5000 páginas depois, aqui me encontro…aguardando. É que a saga continua a ser escrita. Somos, neste momento, alguns milhões, em todo o mundo, aguardando pelas próximas publicações. E o fim está muito longe de ser vaticinado, pois que tudo está num tremendo e confuso cruzamento.
A todos os que gostaram do Senhor dos Anéis, recomendo vivamente as Crónicas de Gelo e Fogo, estas crónicas de Westeros.

Uma excelente e super criativa mente, esta do nosso caro autor George R.R. Martin.