segunda-feira, 26 de agosto de 2019

UM EXEMPLO VINDO DA AMAZÓNIA


Quando a Amazónia é notícia por razões ligadas à sua integridade como a maior floresta tropical do planeta, e concomitantemente o seu pulmão, e que levam ao ataque, em geral, do ambiente a nível planetário- a ganância industrial pelo lucro, surge esta foto perfeitamente excepcional: uma mulher, pertencente a uma das tribos daquela região amazónica, com o seu bebé ao colo, amamentando ao mesmo tempo uma cria de javali, cuja mãe tinha sido abatida por caçadores furtivos.

            O autor desta foto ganhou um prémio internacional.

            Se toda a humanidade seguisse o exemplo desta mulher, o mundo não teria os lamentáveis índices de egoísmo em que anda afogado, nem o planeta teria em risco o seu equilíbrio natural.

            Esta mulher explica-nos quão maravilhosa pode ser a simbiose entre a humanidade e a natureza, e até que ponto é feio este preconceito que o homem apresenta de se sentir superior às outras espécies, esquecendo-se de que não passa de homo sapiens, uma espécie animal entre muitas, que fazem parte da fauna do planeta Terra.

sábado, 24 de agosto de 2019

VISITANDO UM LUGAR SÓRDIDO, ANTRO DE SOLIDÃO


...Caminhavam em direcção a um talhão. Os jazigos tinham ficado para trás. O pai parara.

-         É aquela meu filho- disse tristemente o enfermeiro Victor.

Álvaro olhou para onde o pai indicara, uma sepultura recente, cuja cor castanha da terra molhada espreitava aqui e ali pelo meio de muitas coroas de flores, que contavam a história de um funeral abundante em gente, onde muitos olhos jovens haviam chorado lágrimas de profundo pesar, por uma vida que fora ceifada quando tão distante da morte estava.

-         É horrível ver este monte de terra.

-         Então Álvaro, ainda leva algum tempo até poder ter uma pedra tumular. Depois ficará mais composta.

-         Composta? Composta para quê? Sabes pai, não tem graça nenhuma visitar a morte. Nunca mais aqui venho.

-         Como nunca mais aqui vens? Por respeito, por amor, por saudade...

-         Pai, por respeito a Catarina quero vê-la onde ela merece estar, na minha memória, tornando eterna toda a sua beleza. Aqui, neste... neste lugar sórdido, antro de solidão e desolação, nada existe, absolutamente nada. Amor e saudade...- dizia Álvaro olhando o céu- mal de mim, mal de todos nós se buscássemos o amor e a saudade num sítio como este. Aqui até o céu azul, num dia de sol, se deve tornar baço. Pai, eu sei e sinto que se quero encontrar algo da Catarina, não é aqui que devo procurar. Vamos embora?

O enfermeiro Victor estava um pouco perplexo. Contrariamente ao que a lógica ditava, Álvaro ao ver a sepultura da namorada não se angustiara, como era de esperar. Pelo contrário, o seu corpo tornou-se menos flácido, o seu rosto ganhou alguma luz, no seu olhar existia mais brilho. (em continuação, ex. XXXVIII)
in Visitados

segunda-feira, 12 de agosto de 2019

ALGUÉM POR MIM OLHOU


          



Num tempo

Que ao tempo

Já não ocupa espaço,

Na pressa do abrigo

Ver surgir,

Vi nascer a minha essência

Vi abrir-se o teu sorrir.

Por mim passou o desejo,

O amor que se fez sem pressa.

Onde estás que te não vejo

Dono da minha existência.

Tive dias de alegria

Alguém por mim olhou,

Uma voz que sempre dizia

Que eu não chegaria

Ao que sou.

Mas a morte um dia veio

Afugentando de mim a vida.

A promessa ficou pelo meio,

Já que tu,

Meu dono,

Depressa foste de partida.

O meu dono é agora a solidão

Não passo de um triste ermo,

Sou sangue sem coração

Sou história a que se pôs termo.

Na ruína do meu ser

Tenho por companhia o luar.

Já me não é possível querer

O amor,

Que outrora em mim teve lugar.

sábado, 3 de agosto de 2019

XXVII JANELA SOBRE O MEU PAÍS- O MÁGICO COLORIDO DAS ÁRVORES


Numa noite de Aveiro, em que nas águas calmas dos canais urbanos da ria, nos sossegados moliceiros navegavam festivais, as árvores enchiam-se de magia, colorindo os aplausos dos homens que ovacionavam a navegação serena dos moliceiros festivaleiros.