sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

XIV JANELA SOBRE O MEU PAÍS: O MAR DA NAZARÉ

Dia ventoso em Fevereiro de 2016, na praia da Nazaré, no Oeste português. Mar sublime e perigoso, paraíso do príncipe das ondas- MacNamara!

domingo, 14 de fevereiro de 2016

EM MASSIFTONRÁ, ENTRE OS DEUSES

...- O faraó tomou o nome de Akhenaton?- perguntava o deus ancião Aton.
- É verdade- respondeu Amon-Rá.
- Mas esse nome quer dizer: aquele que serve Aton.
- Exactamente- volveu o deus supremo.
- Mas isso é um disparate. Para que quero eu um faraó a servir-me? Já fui servido por muitos. Serviram-me e ajudei-os. Bem difíceis foram os tempos da construção das pirâmides. Mas valeu a pena- dizia Aton orgulhoso- estão ali umas construções que hão-de deliciar os olhos de muitos homens, pelos tempos fora.
-         Tens toda a razão, Aton- dizia Amon-Rá- tens o pleno direito de te sentires orgulhoso. O mesmo já não posso dizer eu. Os faraós actuais deram em esconder a morte em subterrâneos. Criaram o Vale dos Reis, aqui em Tebas, onde as suas múmias são depositadas. Mas isso não tem a sumptuosidade das tuas pirâmides.
-         Os tempos também são outros- dizia o deus ancião- naqueles tempos os faraós não se debatiam com o flagelo dos salteadores de túmulos.
-         Bem que Osiris e Anúbis podiam fazer mais qualquer coisa em defesa dos túmulos e das múmias- disse Amon-Rá.
-         Com todo o respeito que me mereces, divino mestre, sou forçado a discordar de ti- disse o deus Osiris, defendendo-se- criámos algumas maldições para dissuadir os criminosos de violarem os sarcófagos.. Mas a sua ambição é tremenda.
-         Existe aí influência de Seth, não duvido nada- retorquiu o deus ancião- pois um homem no seu estado normal não teria coragem de correr o risco de ter de enfrentar as maldições criadas por Osiris e Anúbis. Só mentes e corações possuídos pela malignidade de Seth se sentiriam com forças para subestimarem essas vossas criações.
-         Estará o faraó a ser manipulado por Seth?- perguntou Amon-Rá.
-         É muito pouco provável- retorquiu Aton- o faraó tem um espirito suficientemente forte para não se deixar influenciar por uma entidade desestabilizadora; a não ser que algo de muito errado tenha ocorrido no momento da sua escolha para faraó.
-         Ele proibiu o meu culto. Achas isso normal? E venera-te, obrigando o povo a fazê-lo também.
-         Bem, esse homem está doente e tem de ser deposto quanto antes. O deus supremo és tu e não eu- disse Aton- Mênfis foi o meu momento, a minha glória. Tebas tem de ser, obrigatoriamente, a cidade e o tempo de Amon-Rá. A maet pode ficar irremediavelmente desequilibrada. Eu não vou aceitar qualquer tipo de prece.
-         Que farão então os siftos?- perguntou Amon-Rá.
-         Não as recolhem- disse peremptoriamente Aton- esperemos que hajam homens e mulheres, que na calada da noite, orem a ti. Tu é que precisas de alimento. Eu já comi o que devia. Se me dão licença, retiro-me. Estou demasiado cansado para imaginar um tolo de um faraó a erigir templos em minha honra. Há-de morrer seco de tanta heresia. Reúnam forças, deuses de MassiftonRá, e expulsem esse lunático do trono, para o bem do Egipto.
E Aton retirou-se enquanto os restantes deuses o observavam, inquietos, confusos. Se o próprio Aton recusava que se lhe fizesse culto, isso significava que a decisão do faraó era mais grave para o Egipto do que o que se poderia pensar...(em continuação, pág. 62, ex. XXIV)
in A Causa de MassiftonRá
Novembro/2005


sábado, 6 de fevereiro de 2016

NOTAS AMADORAS DE UMA HISTÓRIA QUE TAMBÉM É MINHA- 1111, REVOLTA MOÇÁRABE EM COIMBRA




Coimbra, nos inícios do Séc. XII, era uma das cidades ibéricas onde se potencializava a existência de comunidades moçárabes.
Moçárabes, sendo cristãos que, com a ocupação muçulmana da Península Ibérica, tiveram de aderir ao islamismo, depois da reconquista cristã regressaram ao cristianismo, praticando, no entanto, uma liturgia herdada da tradição visigótica.
Esta comunidade moçárabe de Coimbra, em 1111, revoltou-se contra a autoridade do Conde D. Henrique. O conde, compreendendo as reivindicações dos moçárabes, aceitou-as na medida em que concedeu foral à cidade de Coimbra, o seu primeiro foral.
Quanta agitação se pode imaginar em Almedina!