terça-feira, 8 de julho de 2014

FILIPE VI DE ESPANHA- UM TESTE Á NOSSA IDENTIDADE HISTÓRICA

Nunca me passou pela cabeça que, um dia, fosse possível conviver com o regresso de um Filipe ao trono de Espanha. Mas ele aí está! Filipe VI, o segundo Filipe depois do Filipe IV de Espanha, Filipe III de Portugal.


Nos nossos actuais 871 anos de história como país independente, muitos têm sido os momentos de forte tensão e guerra com o país vizinho, do qual nos tornámos independentes em 1143- a Espanha. Ficam sempre resquícios. O ditado popular «de Espanha nem bom vento nem bom casamento» é sintomático disso. O dia 14 de Agosto de 1385, nos campos de Aljubarrota e o dia 1 de Dezembro de 1640, em Lisboa, são duas datas que bem nos diferenciam de Espanha.

Quando ainda existe a questão de Olivença por resolver, uma cidade que nos foi roubada por Espanha, em 1801, na sequência da patética «guerra das laranjas», no pronúncio das Invasões Francesas, eis que a história no mês passado me bateu no coração, ao ouvir que um novo Filipe iria ocupar, em breve, o trono de Espanha.

É curioso que isto acontece, quando em Portugal, uns idiotas a quem, infelizmente lhes foi dado poderes de governação, pretendem desvalorizar a memória desse dia de raça bem portuguesa, o 1º de Dezembro de 1640.

E ontem Filipe VI de Espanha pisou terra portuguesa. Não sei se, porventura, algum resquicío histórico, dos muitos, dos imensos, que existem por essas pedras mudas, terá vibrado, terá tocado as sirenes de alerta. Apenas sei que eu não me senti muito confortável com a visita. O rei até tem cara de boa pessoa. A história que o antecede é que lhe não é nada simpática.

Seria interessante saber quantos portugueses pensaram nesta questão. Não é que ela tenha alguma relevância prática, mas que é um teste á relação que temos com a nossa identidade histórica, disso não tenho qualquer dúvida.

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