...-
Que pretendes de mim, pequeno sifto?- perguntou Amon-Rá
ao ver chegar o sifto.
-
Divino Amon, venho falar-te sobre o sumo sacerdote que o
faraó escolheu para o culto a Aton.
-
Sobre o quê?- perguntou Amon-Rá, intrigado- e desde
quando faz parte das funções de um sifto preocupar-se com questões desse teor?
Por acaso ordenei-te que o fizesses?
-
Não, divino Amon, mas pensei que talvez tivesses
curiosidade em saber algo sobre ele.
-
Sabes o nome dele?- perguntou o deus ancião Aton.
-
Efreiménus- respondeu o falso sifto.
Desde a chegada do sifto que a deusa Ísis se começou a
sentir desconfortável. Não sabia explicar, mas algo na água se fazia conduzir
que lhe transmitia um mau estar. Tendo consciência de que era a deusa da magia,
Ísis fez irradiar magia por todo o espaço de MassiftonRá, no propósito de obter
uma resposta que lhe desse a justificação para aquele seu mau estar; e
rapidamente a magia se começou a canalizar para o sifto que se encontrava ali.
A deusa Ísis concentrou então toda a sua atenção e energia naquele peixe, e
lentamente, mas conclusivamente, começou a sentir que, camuflada por debaixo de
todas as vibrações que emanavam do sifto, existia uma energia incomodativa, a
fonte do seu desconforto. Sem que isso fosse pressentido pelo sifto, a magia de
Ísis começou a inspeccionar a energia camuflada, lendo-a como a um livro que,
ganhando vontade própria, se recusava a ser lido. E subitamente a deusa Ísis estremeceu.
Reconhecera a energia camuflada! E num ímpeto, disse:
-
Sifto, explica-nos como descobriste o nome do sumo
sacerdote.
-
Foi fácil. Introduzi-me no palácio do faraó...
-
Mas porque razão o fizeste, sifto?- perguntava Amon-Rá-
eu posso compreender que me queiras agradar, mas isso é uma insubordinação. Os
siftos têm de se limitar às ordens que eu lhes dou.
-
Não sejas injusto para com os teus siftos, Amon- disse a
deusa Ísis.
-
E deixo passar esta indisciplina, sem nada dizer?-
perguntava Amon-Rá com semblante de zangado.
-
Ao que tu te referes seria uma indisciplina, se esse
peixe fosse um sifto, o que não é o caso- disse a deusa Ísis com ironia...(em continuação, pág. 68, ex. XXIX)
in A Causa de MassiftonRá
Novembro/2005
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