quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

HISTÓRIA E ARTE- UMA SIMBIOSE PERFEITA




Durante muitos anos a nossa literatura padeceu de uma enorme e grave enfermidade: os autores não despendiam nenhum do seu talento, nem nenhuma da sua inspiração e criatividade em temas que abordassem a nossa história. Eu lia episódios históricos romanceados de outras culturas que não a nossa, e ficava espantado com o facto de a nossa riquíssima história não despertar o engenho e arte nos nossos escritores.
Depois surgiu «O Memorial do Convento» do José Saramago.
Na minha opinião foi o interruptor que ligou a energia da história á energia das palavras. E cerca do ano 2000, portanto mesmo no final do séc. XX, para meu regalo, os romances históricos nacionais começaram a surgir, em catadupa, e se têm mantido. E coisas fascinantes, extraordinárias mesmo, tenho tido a oportunidade de ler. E de entre grandes, enormes títulos, dou realce a dois: «A Filha do Capitão», de José Rodrigues dos Santos, e «O Espião de D. João II», de Deana Barroqueiro.
E falo nisto, porque, há muito pouco tempo, foi estreado o filme «Linhas de Wellington», que aborda a temática das Invasões Francesas. É claro que para se escrever um bom livro, apenas é necessário a criatividade do seu autor. Para se fazer um bom filme, é necessária a criatividade do realizador e o talento dos actores, mas não chega. Se não houver verba, nada disso pode ser possível. Digo isto porque gostaria muito que os nossos realizadores se virassem para a história de Portugal. Acredito na capacidade deles e no talento de alguns dos nossos actores e actrizes (alguns), pois que tema, são já são perto de nove séculos dele.
Linhas de Wellington aí está nas salas para ser apreciado. Eu ainda o não fui ver, mas estou expectante.
Quem já o viu foi uma amiga, e numa sala de cinema em Toulouse. Estranho ver um filme sobre as invasões francesas a Portugal, em França. 
Mas este é o poder da arte- fazer mexer as consciências!

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