sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

EM MASSIFTONRÁ, UMA GOLFADA DE ESPERANÇA NA VIDA

- Por Geb, finalmente que respiro normalmente- disse Masahemba.
- Eu sei que te foi desconfortável, mas resultou- disse, por seu turno, o sifto.
- Meu querido rapazinho, tu foste fantástico. Afinal Amon-Rá não é assim tão impotente como possa parecer.
- Bem, sempre vai tendo um truque aqui, uma subtileza ali- dizia o sifto sorrindo- mas estás a salvo, por enquanto- disse o sifto, tornando-se mais sério- o que pretendes agora fazer?
- Estas plantas à tona d’água devem-me garantir refúgio por algum tempo.
- Muito bem. Então eu vou informar Amon-Rá de que a operação foi um sucesso, e também informá-lo da tua localização. Mantém-te atento. Eu trago-te alimento. Mereces ser quem és, Masahemba.
         E dizendo isto, o sifto desapareceu numa corrida frenética. Masahemba saiu da água e desfez-se das suas vestes de Sumo Sacerdote, enterrando-as num buraco que fez na areia. Estava completamente nu. Mas não havia problema, pois no Egipto o frio era algo desconhecido para o homem.
         À beira do ribeiro existia verdejante e densa vegetação, constituída essencialmente por pequenas bananeiras, bem como por compridas, finas e duras folhas de papiro, que teriam de servir de camuflagem. Quanto tempo iria ali permanecer? Afinal, seriam os deuses menos poderosos do que a concepção que os homens faziam  deles?
         Cada homem tinha dentro de si um bocadinho dos deuses. Que coisa fantástica! E MassiftonRá, como seria? Não, não havia dúvidas nenhumas sobre o poder dos deuses. Só os deuses tinham o conhecimento para aos homens do Egipto poderem esconder a existência de um lugar tão importante- MassiftonRá, o mundo dos deuses...(em continuação, pág. 51, ex. XVIII)
in A Causa de MassiftonRá
Novembro/2005


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