terça-feira, 19 de agosto de 2008

Á BOCA DE CENA







OS TIBÚRCIOS


Foi durante os anos de 1975, 1976 e 1977, que eu tive o ensejo de sentir a emoção que se vive à boca de cena. Em Alfeizerão, terra que havia pouco tempo me acolhera no seu seio, fui encontrar um grupo de jovens dinâmicos, que respirando o recente sopro de liberdade, se lançaram na aventura de criarem um grupo de teatro amador. Cheguei a tempo de integrar esse grupo. É com imenso orgulho que aqui recordo que eu, bem como a minha mulher (que praticamente conheci em palco), fizemos parte do elenco do grupo de teatro amador- Os Tibúrcios.
Levámos à cena, no curto tempo de vida do nosso grupo, as peças- «O Crime da Aldeia Velha», de Bernardo de Santareno e «A Forja», de Alves Redol.
Nunca mais esqueci o roçar por mim do pano das banbinelas, o calor dos projectores, cuja luz sobre nós incidia, a mágica cor das luzes da ribalta, a cumplicidade com o «ponto», desgraçado, que tanto trabalho tinha, a nossa já grande capacidade de improvisação quando éramos vítimas de «brancas», por força da nervoseira que nos possuía, o nosso espírito de grupo, os votos de «merda para o espectáculo», momentos antes de de se abrir o pano, para dar sorte, e muito especialmente o sussurro da plateia, esse silêncio atemorizador e ao mesmo tempo desejado, que no final se transformava numa explosão de ovações. Momentos guardados para toda uma vida.
Moliére, que saudades tenho das tuas três pancadas!

1 comentário:

Anónimo disse...

Bons tempos!
Carlos