terça-feira, 21 de setembro de 2010

SERENATA NO PENEDO



O fado. O fado português, que canta a alma de todo um povo, que realça a sua nostalgia, que dá sentido à saudade...
e o fado de Coimbra, que de amor faz a sua melodia. Em Coimbra, e só nela, está a sua alma, enobrecida pelas águas poéticas do Mondego.

4 comentários:

Gibson Azevedo disse...

Linda canção! Adoro o fado, mesmo sem entendê-lo por inteiro. Cito o fato de nunca alcançar porque os grandes cantores deste tipo de canção, cantarem-na com uma expressão tão sofrida. Que o diga a imortal Amália Rodrigues, que debulhava como ninguem a alma dos portuguêses, porém, com um fácies de uma tristeza de dar dó. Talvez o grande amigo Fareleira possa, nos explicar o real motivo desta incontida interpretação de tristeza e melencolia.
Grande abraço para os conimbricenses, via pessoa do amigo Fareleira Gomes.

Mari Amorim disse...

Poeta,
ouvir um fado,é como estar no Olimpo!
Tenha um dia de Luz!
Mari

Poeta do Penedo disse...

Caro amigo Gibson
Curiosamente, segundo alguns estudiosos, o fado tem algumas reminiscências no Brasil. Surgiu no primeiro quartel do séc. XIX, após a corte portuguesa ter regressado do Brasil, numa mistura entre géneros musicais de Lisboa do século XIX e alguns trazidos pela corte portuguesa. eram esse géneros: lundum- género vocal brasileiro, a modinha lisboeta, o fandango, um género tipicamente português e a fofa, um género brasileiro.
O fado passou então a ser muito cantado pelos marinheiros. Daí o seu pendor fatalista. Um género extremamente popular, dos bairros castiços de Lisboa, onde o povo expõe aos elementos a triste sina de se ter nascido pobre. Mas o fado sofreu transformações e passou a cantar a vida de todo um povo, nas suas múltiplas facetas, desde os dramas passionais «de faca e alguidar», passando pelo soldado pobre que vai à guerra das trincheiras, até ao povo que lava no rio as suas mágoas, não esquecendo o bravo forcado na arena enfrentando o touro bravo.
A primeira musa do fado foi a Severa, cantadeira do Bairro da Madragoa em Lisboa. Tivemos ainda a imortal Hermínia Silva, e claro está, a musa das musas- Amália Rodrigues. Nos homens tem enorme peso o Alfredo Marceneiro e o saudosíssimo Fernando Farinha.
O fado de Coimbra, tocado com outro género de guitarras (o timbre é bem diferente), apenas é cantado por homens. Direi mesmo que apenas os homens têm permissão para cantarem o fado de Coimbra. Está profundamente enraízado na Universidade de Coimbra, sendo impensável ser cantado por outro que não um estudante trajando capa e batina. O fado de Coimbra canta o romantismo e a própria figura do estudante, bem como todos os sentimentos de carinho e saudade por todo o ambiente coimbrão.
Espero que, de alguma forma, tenha conseguido transmitir algo sobre o significado do nosso fado.
Um grande abraço, amigo Gibson.

Poeta do Penedo disse...

Cara Mari
existem certos fados que me arrepiam. E quando ouço o fado de Coimbra, lateja-me a alma de saudade.
Com amizade.