sábado, 23 de abril de 2016

TIVESSE D. SEBASTIÃO DADO OUVIDOS AO VIDENTE...

Acabei de ler o romance «D. Sebastião e o Vidente», da escritora Deana Barroqueiro. Excelente escritora, conclusão a que eu já tinha chegado no seu magistral romance «O Espião de D. João II». E na busca de umas páginas de maravilha comprei este livro, cujas expectativas me não saíram goradas, muito embora confesso que suspeitava que o tema me não fosse propriamente agradável, como na realidade aconteceu. Deana Barroqueiro escreve romances históricos, baseando-se num trabalho profundo de pesquisa, pelo que tomamos por verdade os factos que vai narrando. Por essa razão não me foi fácil ler a sua descrição romanceada, da caminhada de Portugal para o abismo. A batalha de Álcacer-Quibir, onde nas areias escaldantes de Marrocos, em Agosto de 1578, ficou grande parte da nata de Portugal, é, possivelmente o episódio mais negro da nossa história.
         Deixo-vos com um dos últimos parágrafos do romance, que me tocou a alma:
«Como eu gostaria, ao despedir-me de ti com estas derradeiras palavras, meu querido leitor- amigo e companheiro de muitas horas nesta jornada pelos trilhos sinuosos do tempo e da memória, de te fazer partilhar da minha infinita mágoa pelo luto de uma nação tão antiga e respeitada, ali posta de rastos e destruída, para ser chorada com insuportável desconsolação…»

Deana Barroqueiro

2 comentários:

DEANA BARROQUEIRO disse...

Caro amigo leitor, muito obrigada.

Só hoje vi o seu comentário ao(s) meu(s) romance(s) e o elogio tão generoso que me tece, por isso não lhe agradeci mais cedo. Mas estou sempre a tempo de mostrar a minha gratidão pelo carinhoso afago ao meu ego, ou melhor, à minha alma porque ela é a minha escrita.

Um beijo, grande
Deana Barroqueiro

Poeta do Penedo disse...

Cara amiga escritora
fui hoje surpreendido com o seu comentário a esta minha publicação. Quando a escrevi, muito longe estava de supor que a mesma iria ser comentada pela autora. Dou-lhe os meus sinceros parabéns pela mestria e sensibilidade para os profundos momentos portugueses. Continuarei na senda da descoberta da sua obra,fazendo votos para que a alma portuguesa se mantenha viva e nela se prolongue.
Muito obrigado
Fareleira Gomes