quinta-feira, 6 de novembro de 2008

YES, WE CAN!

Emocionei-me com o discurso de aclamação de vitória de Barak Obama, novo presidente dos Estados Unidos. Ainda sou dos que acreditam nas pessoas, apenas escutando-lhes as palavras emocionadas, descobrindo-lhes a verdade que encerram, que eu suponho encerrarem verdade.

É que nos tempos que correm, por vezes sinto-me um pacóvio, ultrapassado pela desonestidade, quantas vezes camuflada de genuína honestidade. Acho que nunca existiram tantos lobos vestidos de cordeiros, como actualmente.

E depois de ter visto um documentário que por aí corre, sobre esquemas demoníacos, sobre o 11 de Setembro, nascidos no seio dos americanos, feito por americanos...fico com muitas reservas.

Mas, a serem sinceras as palavras de Barak Obama,tal será um forte indicador de quão histórica virá a ser a sua administração, tanto quanto foi a sua eleição. Esta é a leitura de um simples zé do povo, português, que muito longe está de entender os meandros complicados da política, e mais complicados o são, quando à política se colam vínculos da mentira e do engodo.
Mas, quando Obama pega numa mulher, muito provavelmente negra, de 106 anos de idade, eleitora numa assembleia de voto, bem longe da Casa Branca, a coloca como trave mestra do seu discurso, e faz uma pequena resenha da história norte-americana, desde os tempos da escravatura até aos nossos dias, para demonstrar o quanto é grande a sua nação, é, no mínimo, um sinal positivo do carisma da sua futura política.
Independentemente de muitos interesses económicos em jogo, continuo convicto de que a Europa muito deve aos americanos, pois foi graças a eles que Hitler foi derrotado. Independentemente de muitos interesses económicos em jogo, que os há, o mundo ocidental muito deve aos filhos dos Estados Unidos, que deram a sua vida em prol dos interesses de outros países, independentemente dos interesses que o seu governo defendia com as actuações em vários palcos de guerra (Coreia, Vietname, Sumália, Iraque, Afeganistão).
Na minha opinião, muita da má vontade que a Europa demonstra pelos Estados Unidos, reside no facto de o velho continente, que durante séculos dominou o mundo, ter perdido essa controle para os Estados Unidos, antiga colónia britânica, que apenas precisou de duzentos anos de independência para se tornar a maior potência do mundo.
Talvez na força das palavras de Barac Obama resida parte da resposta a essa questão. «Yes, we can», afirmou ele inúmeras vezes, fazendo com que as suas palavras transbordassem de confiança, contagiassem os milhares que o ouviam. Talvez nessa confiança colectiva resida o segredo do progresso.
E ao passo que uns, ao chegarem, afirmam- sim, nós podemos,
outros há, que quando chegam dizem que o país está de tanga, e que o que de mais certo temos é a miséria e a pequenez.
Maus governantes são os que se afirmam como arautos da desgraça.

6 comentários:

MM disse...

Caro poeta,

A mensagem com que Obama ganhou as eleições encerra um curioso e estratégico facto: é versátil em tamanho mas sobretudo na interpretação, porque permite que cada um transporte para ela os receios e problemas que identifica.

Assim, para uma velhinha, para um DJ, para um gestor, para um entregador de pizza, a frase pode fazer sentido individualmente, sem que todos eles partilhem esse sentido.

Cumprimentos,

Marcelo Melo

Anónimo disse...

Amigo Poeta

Obama sem dúvida ganhou a confiança da maioria dos americanos e do resto do mundo, mas vai ter muito trabalho pela frente para provar que realmente merece ter o cargo mais importante do planeta.

Parece-me ser um homem com vontade de vencer em todas as suas lutas, mas vamos ver se ele não se cansa e muda consoante o passar dos anos e das influências de quem o rodeia.

Mas penso como tu, espero não me enganar e creio que ele faça algo para mudar o futuro deste mundo doente em várias frentes: política, ambiental e de valores humanos.... Ye we can!

Anónimo disse...

Meu amigo poeta,

tenho as minhas reticências acerca do exito do Obama, não, não é pela cor da pele, não penses, não tenho esse estigmatismo, é apenas por ser um individuo sobre quem o mundo e principalmente os Americanos, depositam grande esperança e o mesmo não ser capaz de levar o barco a bom Porto devido a terrivel pressão que vai-se abater sobre ele.
Analisei de longe, claro, a campanha do Obama e cheguei á conclusão que a vitória era mais que previsivel, senão vejamos.
Obama tinha um "programa" seu na televisão nacional, não percebes?, eu explico:- Oprah, eu sei que este nome te diz alguma coisa, pois esta senhora falava sempre dele e apoiava-o incondicionalmente, não é tudo, mas ajuda, visto que é o programa mais visto nos States (assim dizem as estatisticas).
2º- Mc cain, era um veteranos de Guerra eo Americas estavam fartos de guerra e das suas trapalhadas.
Mas o que mais me assusta é que o Obana não acabe o mandato, pois não estou a ver os artistas do KU-KUX-KLAN, contentes com esta eleição, mas tenho esperança.
Abraço

Anónimo disse...

Caro Marcelo Melo

No que me é permitido ser sensível, não considero a questão da velhinha uma banalidade. Bem pelo contrário. Caso eu fosse americano, ela representaria para mim 106 anos de história, que, por mais uma geração, se liga à guerra civil americana, que teve como rastilho a abolição da escravatura, como todos sabemos (não sei se os americanos sabem porque razão tivemos a nossa guerra civil entre 1832/1834), e que, há poucos dias, elegeu para seu presidente um negro.

Saudações amistosas.

Anónimo disse...

Amigo xupaulo

comungo contigo os votos de esperança de que Barack Obama, tenha a inspiração necessária para trazer melhores dias a este mundo, muito embora eu não consiga aceitar que o mundo, deposite nas mãos de um único homem, a responsabilidade de o melhorar. O mundo degrada-se em muitos vectores: económico, ambiental e, o que mais me impressiona, moral. São os Estados Unidos co-responsáveis na degração económica e ambiental? São, sem dúvida. Eis uma incomensurável área onde Obama, o homem mais poderoso do mundo, poderá fazer correcções...urgentes. Na moralidade? Todos somos responsáveis. E a moral, ou a imoralidade, existe no intímo de cada um de nós, onde nenhum líder mundial tem acesso.

Grande abraço.

Anónimo disse...

Caro amigo monteiro

As feições de Barack Obama transmitem-me confiança e altos indíces de competência. É desta forma que faço a minha primeira análise a todos aqueles que não conheço. No seu rosto leio bastante. E geralmente acerto. No entanto, e tal como tu, existe no ar o perigo de o não deixarem trabalhar. E não é pela via política; é mesmo pela sua eliminação, a sua morte. Embora Obama tenha ganho em muitos dos Estados do Sul, a Ku Klux Klan continua activa, e neste momento deve estar ao rubro. Não sei se terá força suficiente para fazer perigar a vida do presidente, mas considero ser uma ameaça. Espero que os americanos tenham aprendido o suficiente, com os assassinatos dos irmãos Keneddy, de modo a conseguirem preservar a vida do presidente, numa legislatura de alto risco.

Um grande abraço