terça-feira, 16 de dezembro de 2008

COM O REI, REGRESSO DE MORDOR



Terminei a leitura da triologia do Senhor dos Anéis. Pela primeira vez tive a noção do quão forte é a mensagem escrita. Esta foi a primeira vez, como já disse, em que tomei conhecimento de uma obra literária através do cinema. Somente depois de ver o filme é que fui ler a obra.
E embora o filme seja soberbo, o livro é-o muito mais. E na verdade, agora que li a triologia, é que na realidade lhe conheço a sua verdadeira génese. É um prodígio de criatividade.
E se reflectirmos um pouco sobre a época em que foi escrita, no decorrer da Segunda Grande Guerra, numa Inglaterra bombardeada, ficamos cilindrados não só pela capacidade criativa de Tolkien, como pela sua capacidade de discernimento, rodeado de morte e miséria. Talvez por isso mesmo tenha conseguido transmitir tanta realidade à terra desolada e arruínada de Mordor.
Mesmo depois de ter visto os três filmes por duas ou três vezes, nunca fui capaz de decorar os nomes dos reinos e das cidades. Agora, depois de ter lido os três livros, já o consegui.
O perverso Saruman de Isengard, subitamente derrotado pelos Ents; Rohan e Gondord em aliança contra Mordor. O maléfico Sauron derrotado pelo frágil hobbit do Shire.
Em mim, Gandalf, Sam, Pippin, Merry, Frodo, Gimli, Légolas, Aragorn, Boromir, Faramir, e todos os outros, encontraram uma casa para viverem, neste mundo, setenta anos depois de terem sido criados.
Foi com pena que regressei da Terra Média e reentrei nesta realidade.
Se me fosse dado escolher onde viver, quereria decerto que a minha casa se localizasse no Shire.
Senhor Tolkien, onde quer que esteja, Obrigado.

Dedico estas palavras ao meu filho Luís Diogo, um apaixonado por Tolkien, que me ensinou o caminho em direcção ao Shire.

1 comentário:

MM disse...

Permita-me participar nesta merecida homenagem a Tolkien.

Li o senhor dos anéis antes de surgirem os filmes, tinha eu 15 anos. Adquiri uma edicação que contém os 3 livros que compõem a história, num só, de 1200 páginas.

Na altura foi um esforço começar a ler uma obra dessa dimensão, mas hoje estou convencido que foi do melhor que já li, não porque a escrita seja deslumbrante, antes por aquilo que o poeta refere neste texto: uma soberba criativatidade.

Poder-se-ia ainda falar sobre a actualidade da obra e na forma como será sempre possível encontrar paralelos entre a nossa realidade e o mundo ficcionado por Tolkien. Talvez porque lá se encontrem muitos dos prós e contras da natureza humana.

Cumprimentos,

Marcelo Melo