segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

A REPÚBLICA- 3º ANO

Neste ano em que se comemora o 1º centenário da implantação da República em Portugal, penso que será interessante conhecer-se a perspectiva que um cidadão português tinha sobre a República, apenas três anos após a sua implantação. Curiosamente, muitas questões que ele colocava, mantêm-se actuais.

«Na evolução das sociedades modernas, a voz dos produtores ergue-se mais alta que todas, mostrando que passou o tempo do privilégio em política; que a força e a energia estão com os que trabalham e que a vida dos velhos regimes está gasta e só poderá ainda arrastar-se contemporisando com as ideias revolucionárias.
No último século estabeleceram-se governos constitucionais em toda a Europa continental e numa parte da Ásia; na América unificou-se o sistema democrático com a transformação do Brasil em república; os hábitos de despotismo abrandaram mesmo em países atrasados; tomou-se o pulso aos tempos e concedeu-se à opinião pública muito do que ela exigia...(continua)»

in A REPUBLICA NA BEIRA ALTA

Martins e Abreu

1913

5 comentários:

Mari Amorim disse...

Poeta,
obrigada pelo carinho e informações precisas e preciosas,certa vez assisti um documentário em canal aberto,mas ja estava no final,mas falava sobre a Revoluç~~ao dos cravos e de tres mulheres chamadas Maria,perdoe-me se houver erros nessa citação,se puder enviar-me alguma explicação,via e-mail,ficarei imensamente grata,e se eu estiver equivocaa tb gostaria de saber.Obrigada,amigo.
Boas energias, luz em todos os segundos de tua vida.
Mari
e-mail
Mafaldarebelde_7@hotmail.com

Teresa Fidalgo disse...

Poeta do Penedo,
Se não tivessemos o primeiro parágrafo introdutório, bem posiamos dizer que o discurso tinha sido publicado ontem...

Obrigada por nos continuar a presentear com bons textos.

Teresa Fidalgo disse...

*poderiamos (no comentário anterior)

Poeta do Penedo disse...

Cara Mari
Não tenho conhecimento de que três mulheres chamadas Maria tenham estado ligadas ao processo revolucionário. Houve, de facto, uma mulher que ficou na história (da qual não sei o nome), que é a mentora do símbolo do 25 de Abril- os cravos vermelhos. Essa mulher, no dia 25 de Abril de 1974 era florista em Lisboa, e no decorrer das operações militares que levaram à queda do fascismo, numa altura em que o governo de Marcelo Caetano já tinha caído, agarrando num grande ramo de cravos vermelhos, começou a distribuí-los pelos soldados que se encontravam na rua. Pouco depois surgiam cravos vermelhos nos canos das espingardas. Assim nasceu a Revolução dos Cravos.
Uma outra mulher foi lembrada no 25 de Abril, uma alentejana, que anos antes, lutando por ideais de liberdade e melhores condições de vida para os assalariados das herdades alentajanas, foi morta pela GNR (uma das forças policias portuguesas). Essa mulher chamou-se Catarina Eufêmia. Não conheço nenhuma outra que tenha tido o seu nome ligado à revolução de Abril.
Com amizade.

Poeta do Penedo disse...

Cara Teresa Fidalgo
Achei extremamente interessante dar a conhecer o pensamento que um revoltoso da República tinha sobre o regime instituído, apenas três anos após a sua implantação. Dar a conhecer as alegrias e as frustrações, os encantos e desencantos, que a jovem república lhe estava a suscitar.
Briosas saudações.