segunda-feira, 27 de outubro de 2008

SOBRE O QUE O ROSTO NÃO ESPELHA E A ALMA ESCONDE

Em consonância com o comentário que foi feito à minha anterior peça, que só agora li, hoje, o meu amigo monteiro, encontrando-me, disse que tinha ido ao meu blogue e que ficara admirado por eu ser fã dos Deep Purple.
- «Quem olha para ti, nunca irá supor que és admirador dos Deep Purple»- disse ele.
Os elementos do grupo ainda mexem, e muitíssimo bem o fazem. E são todos eles homens que andam na casa dos sessenta, mais velhos do que eu cerca de dez anos. Portanto, somos da mesma geração. E a nossa geração, artisticamente, enriqueceu muito o mundo. Dos maravilhosos anos 70 do século XX ficarão saudades para todo o sempre.
Em relação ao facto de o meu rosto não traduzir os meus gostos musicais, pergunto se , pelo menos, ele traduzirá algum vislumbre por arte?!
Na realidade, muitas vezes me olho no espelho, e eu próprio, no rosto que olha para mim, me não reconheço. Tenho umas feições duras, antipáticas...mas sou melaço!
Os jovens de hoje terão de se habituar à ideia de que, nos homens e mulheres que encontrem na casa dos 50/60, poderão estar na presença de um ou uma potencial rockeiro ou rockeira.

4 comentários:

Anónimo disse...

Meu amigo, quem olha para ti, não te supõe admirador dos Deep Purple, é a minha opinião e reforço, hehe, no entanto, não é devido ao que apelidas de feições duras e antipáticas, quem te conheçe sabe que não es nada antipático, apenas não imaginava porque tens um ar muito sóbrio e uma cultura fora do vulgar, eu imaginar-te-ia mais, um ouvinte de musica clássica por exemplo. É obvio que nos anos 70 existiram grandes nomes da música, tais como os próprios deep Purple, os Pink Floyd, os "Camel" cujo o album de eleição se chama "pressure Points" e é fabuloso, no meu entender, e muitos outros de excelente qualidade, no entanto esse tipo de música, se bem me lembro, não era muito divulgada, muito por falta de rádios locais e nacionais, e outros meios de comunicação e média, daí a dificuldade em conhecer grandes bandas da música nesses anos idos. Porque te conheço profissionalmente e tenho uma excelente opinião a cerca de ti, respondo que sim, o teu rosto traduz vislumbre na arte, sem dúvida, pela forma como falas e vês o mundo que te rodeia e até pela tua paixão pelo romance, nota-se que estas deslocado da tua profissão, não é esse o teu meio, não é o teu meio, a falta de cultura, não é o teu meio os contos e ditos, não é o teu meio a inveja e muito menos a falta de objectivos que 90% das pessoas que nos rodeiam têm, mas enfim, junta-te ao clube........
Para rematar, os jovens de hoje, não ouvem música, ouvem sons. Para mim, música, é um conjunto de instrumentos musicais em perfeito acordo, música é o ouvir de uma guitarra, o ouvir um solo de bateria, música é distinguir o som de um piano no meio de outros instrumentos e vice versa. definitivamente, música não é o que hoje existe, tenho dito.
Porta-te bem.

Anónimo disse...

meu caro monteiro, no que à minha pessoa diz respeito, o meu muito obrigado. Quem não gosta de ouvir um elogio à sua pessoa? E já que de elogios falamos, deixa que o mundo saiba que tu sempre foste para mim um oásis, no deserto cultural que foi o nosso clube; porque, felizmente, as coisas mudaram, e hoje temos uma boa mão cheia de associados, com quem se podem ter conversas culturalmente ricas.
Eu sempre tive enorme prazer em debater ideias contigo, e surpreendeste-me ao descobrir em ti esse mundo fascinante da fotografia. Continuo a acalentar a esperança de podermos fazer coisas engraçadas. Mas quase que exigo que tu te empenhes em dares a conhecer o teu trabalho, não te limitares apenas ao Olhares/Zonito.com. Não sigas o meu exemplo e te deixes fechar na concha. Eu não sei se tenho valor no que faço, mas tu já viste que tens, dado o teu dos comentários de quem tem o mínimo de conhecimentos na matéria. Portanto, faz-me o favor de apostares em ti próprio.
Em relação à musica, vou fazer por te fazer chegar um cd de uma banda actual, chamada «Opeth». Ouvi-los na sua forma mais conhecida, é horrível. Têm aquela voz demoníaca, uma musica que não sabe a nada. Mas, de repente, surgem com uma colectânea de baladas, que me impressionou. Como é possível que aquela sonoridade saia das mesmas mãos, e a voz, a voz, agora angelical, bela, seja a mesma voz. Só podem ser musicos de eleição para conseguirem tocar estilos completamente dispares.
Felizmente que existe um amanhã para podermos continuar a trocar ideias.
Um abraço.

MM disse...

A música não serve para etiquetar tipos de pessoa, porque isso bloqueia a transversalidade de gostos musicais.

Há tempos escrevi um texto, intitulado "About music and personality", um dos poucos que escrevi em Inglês, no qual procurei contestar um artigo que li, o qual relacionava as preferências musicais com o tipo de personalidade de cada pessoa.

Embora possam haver tentadoreas correlações, não é legítimo pensar que quem ouve hip hop está fechado ao fado, por exemplo. Ou que a música electrónica e a música clássica não podem coexistir nos gostos musicais de uma mesma pessoa.

Abraço,

Marcelo Melo

Anónimo disse...

concordo plenamente, caro Marcelo. Mas os que bem me conhecem, como o meu amigo monteiro, muito embora não saibam quais as minhas preferências musicais, reconheço que lhes é difícil imaginarem que sou um amante desse estilo musical frenético, porque transpareço uma forma de estar na vida séria, introspectiva, a acrescentar à idade que o meu rosto induz. Talvez eu já devesse ter idade para ter esquecido o hard rock dos anos 70. Mas não o esqueço, pelo contrário, cultivo-o, porque sou muito brioso da minha juventude.

Um abraço