sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

ESTAÇÃO VAZIA

No meu calendário da vida
De dias e meses já esquecidos
Tive esperança de encontrar
Uns sonhos há muito perdidos.

Numa estação vazia
Tirei um bilhete sem préstimo
Mais um caminho sem rumo
Mais um favor
Que à vida eu peço.

Dá-me um pouco do teu sol
Felicidade fugidia.
Abraça-me com o teu carinho
Faz da minha noite o teu dia.

Naquela estação vazia
Sem passageiros nem bagagens,
Perdi o comboio da vida.
Cansado e desiludido
Me abandono á tristeza
De inóspitas imagens.

Mas um sorriso me aqueceu
Um carinho me iluminou
E numa ansiada promessa
De um amanhã de esperança,
Um novo comboio chegou.

Pela vida já viajo.
Afinal alguém me espera.
Coração em sobressalto,
Não sejas tão pessimista.
Sê flor, sê airoso,
Sê a própria Primavera.
Olha o mundo com candura.
E nele sente o bem
Que na esperança perdura.

29/09/1999

12 comentários:

Sândrio cândido. disse...

"como a vida é somente uma, não podemos saber se estamos corretos em nossas decisões" este pensamento faz me pensar em tua poesia pois você nos diz que "nunma estação vazia tirou um bilhete..."
e nesta pedeu o comboio da vida...

penso as vezes que a verdadeiro eu está na infancia e sei que muitos poetas brasileiros pensam assim e talvez não seja nostalgia mas verdade já que hoje nos encontramos perdidos, até mesmo fernando pessoa disse esta cansado em tabacaria...

esta poesia faz me lembrar o que penso ser essencial encontrar a vida poetica onde todos pensam que esta se perdeu

parabens

Poeta do Penedo disse...

A poesia é tanto mais profunda quanto maior for o sofrimento que se vive no momento é que ela é criada. Pelo menos para os poetas de pouca veia como eu. Mas na realidade, em cada acto que pratiquemos, em cada momento que vivamos, a poesia deverá estar sempre presente, porque trás beleza e doçura à vida, o que auxilia, pois que a vida, já de si é por vezes bem áspera e seca.
Obrigado pela visita.

Sândrio cândido. disse...

acredito eu tambem que é preciso continuar e sei que um dia alcançarei a patria dos sonhos ainda que seja em sonho. obrigado e belo blog

Poeta do Penedo disse...

poeta do inverno
Se a todos é devido o direito a sonhar, muito mais o será a jovens como você. Sonhe com convicção meu amigo, convicção, determinação e principalmente confiança em si próprio. Assim muito mais facilmente atingirá o êxito pretendido.
Cordiais saudações.

Anónimo disse...

Uma estação,
uma opção,
uma escolha,
um risco...
como tudo na vida...
um recomeço,
um início
de algo para que a vida recomece...

Parabéns pelo blogue e pelos seus textos...

Poeta do Penedo disse...

Antlia
na verdade devemos estar sempre atentos ao relógio da vida, não vá o destino confrontar-nos com uma estação vazia, em que lá longe se vê desaparecer a última carruagem do combóio da vida que se acabou de perder.
Obrigado pela visita. Muito sucesso para o seu blogue.

Sândrio cândido. disse...

e talvez seja assim nesta estção vazia continuar um sonho até que ela retorne novamente ao vazio, como a vida que inicia do nada e retorna ao nada...sem pessimismo

angel disse...

Já fiqeui muito tempo numa estação vazia a esperar pelo comboio.È emocionante ver os que partem esperançosos e os que chegam matando as saudades dos que ficaram. È triste
quando não estamos completamente certos do nosso próprio destino. Qual será o comboio? Em qual estação estará a pessoa certa a nos esperar? Melhor observar a paisagem enquanto esperamos. Assim teremos um sorriso na face ao invés de lágrimas nos olhos.
Abraço, adorei seu blog
Angel

Poeta do Penedo disse...

Poeta do Inverno
Essencialmente quando se perdeu o combóio há que não ter pessimismo, antes esperança, pois se acreditarmos sempre em nós um novo combóio chegará, que nos irá levar a uma nova Primavera.

Poeta do Penedo disse...

Angel
embora o destino seja uma carta fechada, temos sempre alguma intervenção nele. O destino dá-nos sempre alguma margem de manobra, uma pequena oportunidade para intervirmos na direcção das nossas vidas. O que é preciso é entende-lo. Quando, por algum golpe desse destino, nos vemos, subitamente, numa estação vazia, tal como diz, bebamos a esperança dos que vemos chegar, que por fim enchem o vazio dessa estação, na expectativa de sermos contagiados por essa esperança, porque apenas a morte a aniquila.
Um feliz ano novo para si, e muito obrigado pela sua visita.

Gibson Azevedo disse...

Caro Fareleira Gomes, é muito importante quando, mesmo enbasado em esperanças, o poeta constata com vivas tintas - negritos - o quão é pesado o fardo da solidão.

E se esta, nos veio em consequência dos mais variados motivos e banalmente a deixamos, em nossas vidas, instalar-se?
Grande Poema!
Para você, o forte abraço de sempre.

Poeta do Penedo disse...

Caro Gibson Azevedo
Toda a vida tenho dito que a solidão não me assusta, talvez porque,intrinsecamente, a sinta bem longe de mim. Tenho uma grande companheira. Há solidões que se vivem porque se semearam, mas há outras, que como muito bem diz, se instalam nas nossas vidas sem serem merecidas. Essas devem magoar muito a alma.
Só me posso sentir extremamente lisonjeado com a sua apreciação a este meu Estação Vazia, porque é um elogio de um verdadeiro poeta.
Um abraço forte deste seu amigo do outro lado do Atlântico.
Fareleira Gomes