quinta-feira, 2 de julho de 2009

EU E ESTE MUNDO VIRTUAL

Quando a internet chegou a Portugal, em 1995, encontrou-me já maduro na idade. Não sei como foi que os da minha geração a receberam. Comigo a adesão foi difícil. O meu mundo era o do papel, da carta e do telefone, e continua predominantemente a sê-lo. A assimilação da sua mecânica foi-me difícil. Mas porque tenho em casa dois filhos que a net automaticamente absorveu, como aos jovens em geral, fui sendo lentamente doutrinado por eles. E lentamente fui percebendo a diferença entre um email e um site. Quando essa aprendizagem ficou concluída foi.me dado a conhecer o hi5. Daí aos blogues foi apenas um pequeno passo. Um pequeno passo...a humanidade, com a net, deu um passo da dimensão daquele passo, daquele primeiro passo que Neil Armstrong deu na lua. O avanço tecnológico está na mesma proporção. Depois conheci o mundo dos foruns.
Mas por uma razão que eu próprio desconheço, enfastiei-me, e atirei para o caixote do lixo tudo o que era incursões à internet.
Mas de ti, meu caro amigo, de ti ia-me lembrando de vez em quando, sabendo que tu existias e sentindo tristeza por te ter abandonado. Tu tens magia, virtual é certo, mas magnetizante. E quando te idealizei, fi-lo com tanto carinho e imbui-te de tanto sentimento conimbricense, que me começou a ser difícil suportar o abandono a que te votei.
Agora que me reconciliei contigo estou pronto a, eu e tu, de braço dado, caminharmos por esse mundo, à distância de um clik.
Nem tu deixaste de ser o futrica do Mondego nem eu o penedo que, porventura, possa albergar poetas.
Com Coimbra permanentemente no coração!

3 comentários:

Anónimo disse...

Eu sei, como muitos, principalmente por ser filho de uma terra que já foi conhecida como "terra dos papagaios" - aves palradoras de plumagens coloridas^-, que este animal, passada a infância, não aprende mais a falar. Emite alguma algaravia, mas nunca imitará com perfeição o falar dos humanos. Assim, por analogia, acontece também conosco, homens maduros, com relação às novas tecnologias. Até, com muito esforço, nos portamos bem ante a estes emaranhados de idéias. A realidade,todavia, se nos apresenta crudelíssima: jamais seremos um virtuose nos caminhos desta parafernália de inovações. Quando muito, propomos uma convivência amorosa com estes enganchos, como fizestes, e que graciosamente existem nos sinceros casos de pura e cândidas mancebias. Convivemos; nada mais...

gibson azevedo disse...

Poeta do Penedo, o anônimo sou eu Gibson Azevedo da Costa. Êita tecnologia cacête!...

Poeta do Penedo disse...

Caro gibson azevedo
realmente, por mais que tentemos perceber toda esta «parafernália de inovações», nós, os maduros, haveremos sempre de a tratar à Cacetada, porque para mais não temos jeito.
Mas, é ela que nos permite termos este pequeno diálogo, separando-nos todo um oceano. Foi essa maravilhosa capacidade que me atraiu.
«Êita tecnologia cacête»- uma expressão deliciosa e cheia de humor, bem ao jeito do Brasil, que decerto mais nenhum povo perceberá o seu sentido, a não ser quem a criou e os portugueses. Muito embora no nosso vocabulário não exista nem nunca tenha existido tal expressão, é interessantíssimo o facto de imediatamente termos assimilado o seu sentido. Não há dúvida que entre brasileiros e portugueses existem fortes ligações.
Briosas saudações