segunda-feira, 31 de agosto de 2009

SAUDÁVEL BANHO DE SENTIMENTO PORTUGUÊS




Não podia deixar de escrever algumas palavras após a leitura de um livro, que de forma acidental me veio parar ás mãos. Achei-o extraordinário por várias razões. É um livro de investigação histórica, a história de Portugal. Uma apresentação como até agora não tinha lido. Uma perspectiva deliciosa. E, fundamentalmente, porque o seu autor é um português com apenas 32 anos de idade, o que considero fantástico, levando em conta que considero que os portugueses, e principalmente os jovens, estão-se a desligar das raízes que fazem deles portugueses. Pior: vai-se considerando que ser-se português é uma infelicidade.
Pois muito bem- este livro faz renascer o orgulho lusitano. Portugal é visitado desde o paleolítico, com a descoberta do menino do Lapedo, esqueleto encontrado na região de Leiria com 25 000 anos, abordando de seguida os ancestrais tempos dos Celtas, passando pelas lutas que Viriato e o povo lusitano manteve contra o Império Romano, passando pelas influências visigóticas e árabes, entrando pelo início do Condado Portucalense, de forma profunda, acompanhando a explicação com a revelação fantástica de que a independência de Portugal, foi, de certa forma, um projecto templário, pois que o Conde D. Henrique era familiar chegado do então Mestre da ordem dos cavaleiros do Templo, apelidando D. Afonso Henriques um rei templário, um Portugal Templário- fascinante!
Estou a tender para me deixar ir, mas não o quero fazer, porque alongaria demasiado esta abordagem.
Neste livro o início da nossa independência, em 1143, é tratado de forma entusiástica. D. Afonso Henriques vive nas suas páginas, bem como Gualdim Paes, Mestre da Ordem dos Templários em Portugal, no tempo do nosso primeiro rei.
Com a extinção infeliz da Ordem dos cavaleiros Templários, o nosso rei D. Dinis, em sua substituição criou a Ordem dos cavaleiros de Cristo. Surgiu então a cruz de Cristo, cunho eterno de D. Dinis, símbolo desenhado nas velas das nossas caravelas do tempo dos Descobrimentos.
Três símbolos profundamente nacionais:
1-as cinco quinas que desde o primeiro momento, já lá vão 866 anos, estão presentes nas nossas sucessivas bandeiras.
2- a cruz de Cristo, símbolo dos descobrimentos.
3- a esfera armilar, cunho pessoal do nosso enorme rei D. Manuel I, presente na nossa actual bandeira.
Por último, o nosso jovem autor, revela-nos uma faceta fortemente patriótica do nosso maior poeta contemporâneo- Fernando Pessoa, para já não falar nas fabulosas palavras dedicadas ao mago Luís Vaz de Camões.
São 181 páginas de pura delícia.

«Que esta História Mística de Portugal tenha o condão de despertar saudade a todos aqueles que a lerem e, igualmente, possa provocar no âmago de cada um a vontade de conhecer, cada vez mais, o próprio passado do país, seja através da leitura, seja mediante a visita aos múltiplos monumentos que, felizmente, temos a oportunidade de possuir no interior do nosso país. Essa é a função de um ensaísta. Mais do que redigir um tratado histórico, compete-lhe despertar no leitor essa vontade indómita de sentir a alma portuguesa.»

in HISTÓRIA MÍSTICA DE PORTUGAL

Pedro Silva

3 comentários:

coração de açúcar disse...

Quero ler....

Paula disse...

Um livro que nos relembra as raízes...
Vou colocá-lo na Wish list.

Obrigado pela partilha.

Poeta do Penedo disse...

Paula

considero que todos os portugueses o deveriam ler. Pode ser que exagere nesta minha opinião, mas apaixonado como sou pela história, particularmente pela história do nosso país, achei-o uma verdadeira preciosidade.
Agradeço a visita.