terça-feira, 6 de outubro de 2009

DOIS TRONOS PARA UM HOMEM SÓ



Viajando pela blogosfera reparei que em blogues do Brasil, à passagem do dia 7 de Setembro de 2009, em que se comemorou a proclamação da sua independência, muitas vezes vi fazer-se menção ao nome de D.Pedro- D. Pedro I do Brasil, D. Pedro IV de Portugal. E muito francamente, do que li, não me foi possível perceber se D. Pedro é uma figura histórica querida no Brasil, ou alguém por quem se nutre um sentimento de indiferença.
Para mim, D. Pedro, quarto filho do nosso rei D. João VI e da rainha D. Carlota Joaquina de Bourbon, que por força dos caminhos insondáveis do destino ascendeu a herdeiro do trono de Portugal, é uma das grandes figuras da nossa história. Nascido a 12 de Outubro de 1798, veio a viver vinte e cinco anos da sua curta vida no Brasil, que por sua vontade tornou um país independente, no dia 7 de Setembro de 1822. Não foi, por isso, bem amado pelos portugueses de então, que no entanto, dez anos depois, o aclamaram como libertador.
Depois de ter tornado o Brasil um país independente, veio a Portugal devolver-lhe a liberdade. O dia 08 de Julho de 1832 poderia bem ser comparado ao dia 25 de Abril de 1974. Mas não o é, porque caiu em absoluto esquecimento. A liberdade custou muito sangue, dois anos de intensos combates fratricidas. 16 de Maio de 1834 foi o culminar da vitória liberal, na Batalha de Asseiceira, sobre as forças absolutistas de D. Miguel.
Em Lisboa (fotografia acima), D. Pedro é recordado como o grande general à frente do 8000 homens que constituíram o Exército Libertador, que no dia 08 de Julho de 1832 desembarcou na Praia de Pampelido, no Mindelo, que para a história ficou conhecida como a Praia da Memória.
A vida apenas lhe deu tempo de cumprir a sua missão.
D Pedro I do Brasil, D Pedro IV de Portugal, faleceria a 24 de Outubro de 1834, com 36 anos de idade.
Um nome que se fez grande numa vida pequena.

2 comentários:

Gibson Azevedo disse...

Este Homem foi muito amado no Brasil que engatinhava em seus primórdios. Ele tinha os seus achaques e birras de homem de sangue quente, mas, por outro lado, nunca furtou-se da responsabilidade da sua função de Chefe de Estado. Muito contribuiu para o desenvolvimento do nosso nascedouro como nação livre. Somos-lhe eternos e gratos devedores. é isto!...

Poeta do Penedo disse...

Muito melhor dos que os portugueses, os brasileiros conhecem a personalidade de D. Pedro, pois foi no Brasil que ele se fez homem e onde ganharam forma as suas orientações de vida. Amigo Gibson, grato pelo esclarecimento.